12.2.07


ARAÇATUBA VAI MUDAR!

Numa pequena cidade, a base da oligarquia política alternava-se no poder entre duas famílias. Terminada as eleições desfrutavam das benesses do estado. Seis meses antes da outra eleição, a guerra era declarada. Confirmado os resultados, o candidato que perdia era contemplado com uma faixa na fachada da residência, com a seguinte mensagem:- Vende-se este imóvel, o “fulano de tal”, ex-candidato ‘vai mudar da cidade’.

Atores que participam dos eventos eleitorais, sabem que desfrutamos de uma falsa democracia. O povo, que poderia se interessar pelo assunto, acha que política é para políticos corruptos. Não aceitam esse assunto, e afirmam: - Sou apolítico! O político ‘não muito profissional’ gosta. Candidato caloteiro diz que dívida de campanha não se paga; Vereador pede impeachment do presidente; Vandálico corta placa publicitária, e com dinheiro próprio tapa três buracos nas avenidas; Empresta muleta, cadeira de rodas, fogareiro, doa dentaduras e tome cesta básica etc.

A faixa ‘Araçatuba vai mudar’, anônima, com tempero político, arrepiou a categoria. Escrever o nome no muro e qualificar de avarentos ou ‘eventos’ pode, mas anônima, nem pensar. A prefeitura conserva em seu poder, todos os siglados de PMDB a PD, comissionados e afins, pode fiscalizar quando lhe interessa, e fiscalizou; Na escada, o fiscal arrancou as tais faixas, mesmo porque, Araçatuba não tem para onde ir. Mudar para onde? Poderia aninhar-se nos buracos do Daea. Há buracos naturais, eventuais e institucionais. Buraco chapa branca!

O anônimo dono das faixas da mudança apareceu furioso e foi ter com o fiscal; coisa do diabo:
- Não é nada disso que estão pensando diz o pastor, já temos dois partidos políticos e cinco candidatos a prefeitos.
- Ah! Então pode por a faixa, não sabíamos que se tratava de cristãos.

Como todo mundo acredita em Deus, no caso um pastor que o representa, nem multa foi lavrada. Mas, e a ‘mudança’? Encher um caminhão de “trem veio” é uma coisa, ou como dizem, “partir de esta vida, e pasar a mejor, lo creemos pero, no mucho”. Mudança religiosa, mas a vida é curta, os espíritas dizem que vão e voltam e os, megalômanos, garantem que no Paraíso têm cadeira reservada à direita do Senhor. Querem fazer lá o que fizeram aqui, bajular, na situação.

Nossa vida é feita de sonhos. Em palestra da Natura no Hotel Riviera, o César Faustino perguntou de supetão: - Você sonha?
- Sonho!
-Acordado ou dormindo?
-Nos dois formatos.
-Boa resposta.

Sonhar não é coisa à toa, e se o povo pensar na geografia araçatubense e nos políticos que fazem publicidade ilegal, deixando um olho no passado e outro no gato do lado, ‘Araçatuba vai mudar’.

Ventura Picasso

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