18.12.07

Agrigílio
06/12/2007

Folha da Região
17012008
Parou no portão e ameaçou voltar. Ficou sob o automóvel. Leandro fez uma graça e ele não deu à mínima nem ligou. Se o Teiú perder a cauda, provavelmente, ficará com a síndrome da cauda fantasma, terá sempre a impressão de que o rabo está no lugar, mas com uma vantagem, o prolongamento da coluna vertebral volta a crescer e tudo se normalizará. Não é o caso do Agrigílio que não cuida do rabo. A famosa batida de Agripino com Virgílio que votam contra a saúde da nação para castigarem uma pessoa, com ameaças avisam vamos derrotá-lo:
─ Ele vai ver!

Essa história me levou a uma cena de um filme, onde o herói tenta, por uma aposta feita, seduzir uma beata, por sinal, linda e virgem. Persistente, Mastroiani avança sobre a filha de Maria que estava receptiva, ninguém é de ferro, até esquecera-se de Deus. Num piscar de olhos, cai uma tromba d’água inundando toda orla. As águas da enxurrada alcançavam a janela da casa. Apavorada, aos gritos revelou ao parceiro que estava sendo castigada por Deus. Com aqueles gestos característicos de um italiano malandro, balançado a mão direita junto ao rosto da pecadora falou:
─ É louca? Então você acha que Deus vai destruir uma cidade para salvar a tua virgindade?
Em seguida, inconformado, jogou-se no aguaceiro.

Podemos comparar a cena, à realidade da votação da CPMF. Um potiguar e outro amazonense querendo destruir uma pessoa indestrutível prejudicam a nação.. Formaram uma dupla, que em minha opinião, representam um lobby econômico, tem dinheiro obnubilado nesse angu, até hoje nada se fala sobre essa minha visão. A quem interessa a interrupção de um imposto que dá direito ao Governo Federal de controlar o movimento bancário de grandes fortunas? Talvez empresários corruptos e sonegadores, contrabandistas de armas, narcotraficantes e por que não os bancos? Nesse canil só têm cachorro grande que não freqüenta o SUS.

Tenho certeza que o Teiú não está preocupado com a contribuição provisória. O único interesse do lagarto reside em manter o matagal que se expande no rabo da Rio de Janeiro, para isso não faz lobby, tem Fã Clube. Imagino que se ele fosse flex-total, e soltasse fogo pelas ventas, como diz o Mané, seria mais importante. À noite, voltando à toca, iluminando a trilha diriam: “lá vai passando a procissão, se arrastando feito cobra pelo chão”, cantando a música do Gil.

O Agrigílio não está dando a devida atenção ao seu prolongamento posterior. O rabo de alguns animais, quando amputado não volta a crescer, mas pode ser cassado. O Calhorda está a salvo, porém o espelho d’água do Planalto não está pra peixe, ainda mais agora, demônios, honestos e moralistas. Não são loucos e de santos e artistas sobram risos...
Ventura Picasso - 06/12/2007 2242

0 comentários: