18.12.08

PONTO CEGO
Ventura Picasso FOLHA DA REGIÃO 21122008

Foi candidata a vereadora com apoio expressivo desde o Congresso, até os confins do Baguaçu, Vânia Grossi, em campanha memorável conquistou 215 votos e passou a ser, após autocrítica, quadro político “importante” e pensou: ”Finalmente, agora eu posso!”. Ofuscada pela vaidade, age como se fosse o rainha da cocada.

Cido Sério venceu as eleições municipais, e agora a ex-candidata é governo. Dizem os melhores cronistas que o poder quando não corrompe, sobe à cabeça.

A escrita de Hélio Consolaro, no Ponto Cego em 16/12/2008, desencadeou a ira: “O erro de meu amigo é generalizar. Quem faz isso, sempre erra. Compor uma boa equipe é tarefa de cada prefeito, porque tranqueira querendo cargos há aos punhados”. Eis a carapuça. Não sabíamos que a cereja do bolo para a ex-candidata era a Secretaria da Saúde.

A liberdade de expressão, através da imprensa, é o sustentáculo que garante o regime democrático. Porém, certos políticos só aceitam elogios, quando a crítica é posta na mesa, dizem que o jornal e os jornalistas estão vinculados às forças opostas. Nesse caso, o comunicador, merece uma interpelação judicial, supõem alguns politicotes. Afinal o que mudou? A truculência é cultural? No passado, nos tempos da ditadura, e até a pouco tempo, os corruptos amordaçavam os periódicos. Agora a conjuntura é democrática, mas a história se repete. Críticas? Nem pensar.

Na eleição do Lula, enfrentamos a censura, tropa de choque e cavalaria. Valeu, ele é o nosso presidente. Naquele tempo, o espaço liberado para nossas críticas eram os muros das avenidas. Nessas paredes gravávamos nossas crônicas objetivas: “Abaixo a ditadura!”. E sumíamos na escuridão.

O Hélio escreve com liberdade, amparado por uma experiência de longos anos, e se responsabiliza pelo que faz, não some. Na ânsia de quebrar os valores do Ponto Cego, Vânia, cai na própria armadilha. Destaca, em sua réplica, uma denúncia gravíssima ao escrever: ”Só para elucidar, a grande maioria dos profissionais médicos que atuam na rede pública tem vários vínculos empregatícios, chegando a cargas horárias absurdas que variam entre 80 e 140 horas semanais de trabalho, em várias unidades e também em várias cidades da região”.
A lei? Ora lei!

O texto autoritário, de quem se acha, compromete o inicio de governo do companheiro Cido Sério. O Prefeito, ao assumir suas funções, convidará seus colaboradores para planejar o semestre. Porém, a pauta de discussões com os médicos está queimada. Haverá apenas um ponto discutível: A carga diária de oito horas sugerida pela ex-candidata, o resto é saia justa.

“O sábio não diz o que sabe, e o tolo não sabe o que diz”.
Que situação; né não?

2236 Picasso

9.12.08

Mutirão de Catarata


Ventura Picasso
Folha da Região 11122008



Ao perdermos a capacidade visual, geralmente, somos traídos pela visão, e passamos o problema para o outro. Os olhos, tal câmara fotográfica digital, recebem e transmitem o que vê e o que não vê. No fundo do olho, como um tacógrafo, fica gravado o resumo da nossa saúde física na vida passada, presente e futura. O olho é o chefe do prontuário, o órgão mais patife do corpo humano. Denuncia tudo o que nos atinge: Diabetes, anemia, hepatite, tumor cerebral e até o óbito. É o monitor do nosso sistema nervoso.

Um dia, alguém pede para eu ler uma lauda, mas a leitura não flui, meus olhos não vêem. A ficha caiu e bati nas portas do oculista. O doutor Villela foi objetivo:
─ O senhor tem glaucoma e catarata. Óculo não resolve só cirurgia.
O que é glaucoma doutor?
─ É pressão alta nos olhos.
E catarata o que é?
─ O cristalino é uma lente biológica, que perde a transparência. Geralmente, a partir dos 60 anos de idade, a catarata se instala, e é considerada a maior causadora de cegueira, mas pode ser corrigida com cirurgia.

A cada dia enxergava menos. Era novembro de 2007, muita gente mandando nome de médicos. Virei o mundo procurando: São Paulo, Buritâma e finalmente, o nosso Postão, bem ali, ao lado da minha casa. Enfrentei as filas do SUS.
Cheguei a clinica, e Fabiana me encaminhou para agendar a cirurgia.
─ Na última sala com Rosangela.
Perguntou algo que não entendi: falei que já havia deixado todos os documentos.
─ Documentos não. O senhor deixou alguns exames.
Chiiiiiiiii... : Pensei quieto no meu canto.
─ Dia 7 de outubro, às 6h no 5º andar da Santa Casa, no Centro Cirúrgico, e continuou: Compareça com acompanhante, em jejum, e traga uma caixa de lenços de papel.
Ela explicou três vezes o que eu deveria fazer. Após conhecer Bruna saí do instituto sem saber onde morava.

No dia 7, a simpática Hosanah que organiza os pacientes, e distribui roupas apropriadas para o Centro Cirúrgico:
─ As menininhas à esquerda e os menininhos à direita. Em seguida, novamente, aparece a Rosangela que me preparou para a intervenção do Dr. Fabrício e sua equipe. No Centro Cirúrgico, supervisionado por Sueli, o instrumentista Maurício, isolando o meu rosto, informava tudo que fazia. Em seguida, o Dr. Fabrício, perguntando se me sentia bem, pedindo minha colaboração disse: ─ Demora no máximo 20 minutos. Não dói.
Demorou menos e não doeu nada, me senti o paciente mais importante da Santa Casa. Em menos de uma hora estava em casa vendo os Coroinhas do Pellegatta com outros olhos.

Caro leitor, o Mutirão em Araçatuba atende 180 pessoas mês, faz 50 cirurgias, mas poderia dobrar a capacidade se a verba para atendimento fosse maior. Os políticos do Ano Novo estão com a palavra. Saúde em nossa cidade é uma doença crônica, e como esta crônica mal vista, também pode ser curada.

2316
Ventura Picasso: Membro do Grupo Experimental da AAL
.

18.10.08


"La Mano de Dios"
opinião política
Folha da Região - 19102008
Tenho recebido constantemente o repasse de um e-mail, questionando a honestidade da Folha da Região, por divulgar as pesquisas eleitorais efetuadas pela Brasmarket. Esses remetentes me têm num conceito que não possuo. A importância política a mim reputada, não existe. Enfim, sou zero à esquerda. Mas, sou militante da esquerda. Analisando a Conjuntura política araçatubense pré-eleitoral, defendi e apresentei a candidatura Dilador, mesmo sendo do sofrível PSDB, perfeitamente encaixada para vencer o pleito.

A campanha de Dunga não virou. Com visão antiquada, pagou caro pela infeliz idéia de guardar o cassado Maluly, para usá-lo em campanha. Fez dele uma marionete sob controle, mas bateram-lhe a carteira, e Maluly foi substituído antes do jogo acabar. Como diria Maradona: ”Fue la mano de Dios. Na virada, apostaram no voto útil

Nesse universo, surge o sindicalista Cido Sério com ‘Lulinha paz e amor’, por pouco não perde a viagem, e o candidato do Marco Furlan, Dilador, que não sabe falar e não é parente de ninguém, até então, livre para escolher a trajetória que quisesse. E escolheu mal, ou escolheram. A ordem cronológica exibida pela Brasmarket foi rigorosa, porém, Furlan alega que a quantidade de eleitores entrevistados, não foi suficiente para uma pesquisa confiável.

Santa ignorância, a direita política, só acreditaria na pesquisa se fossem entrevistados os 130.591 eleitores. Não aceitam os cálculos de probabilidades? Não sabem o que é isso? Perderam as eleições acreditando que o eleitor de Araçatuba não gosta do PT e de Lula? Não foram derrotados pela pesquisa divulgada na Folha da Região. Perderam para a incompetência da própria equipe coordenadora, tanto no campo da publicidade como no político. Não sabem jogar, não conhecem as regras do jogo político, são ingênuos e possivelmente, até maldosos e vingativos. Não bastava derrotar o Cido Sério do PT, mas queriam esmagar a cabeça do Partido dos Trabalhadores.

A Folha da Região é uma indústria de comunicações, como sonhava Genilson Senche, e não um jornaleco cheio de malicias para divulgar bravatas de políticos, vencedores ou derrotados, sob encomenda.
“Errar é humano. Colocar a culpa na pesquisa é estratégico”.

Ventura Picasso - 17102008/1912

8.9.08


SEM ELE... CEM ANOS!

FOLHA DA REGIÃO - 10092008

Ventura Picasso
Hoje eu quero fazer uma declaração de amor. Dupla declaração: Primeiro, à Araçatuba, finalmente livre, e, em segundo lugar, com todo o respeito, à nossa incrível Dama Marilena Magri Marques. Há quatro anos indagamos curiosos: "Quando a Senhora assume a prefeitura?"
─ A qualquer hora tomarei posse, meu filho.
Mas, não tomava. O ex-prefeito passou sobre todas as pedras do caminho, caminho que ele conhece muito bem. Superou a Câmara, prestem atenção, não falei subornou, falei superou, ultrapassou todas as instâncias do judiciário, ida e volta. Judiciário que para fazer um despejo de ocupação o faz em menos de três dias. Para despejar o alcaide, demorou ‘apenas’ sete anos e meio, e, diga-se, contra a vontade da bancada governista.

A ordem do bota-fora veio como uma resposta do saque de Federer devolvido por Nadal: voltou quebrando pedra, o espanhol é bom de briga e não perdoa. O Tribunal de Justiça de S. Paulo também, e mandou avisar ao Presidente da Câmara que o Jorge Maluly Netto (DEM), não era mais prefeito. E disse mais, não precisa esperar a publicação nas páginas do "Diário Oficial". O vereador baixou a cabeça, desceu dez pontos na pesquisa e obedeceu, antes, porém, acrescentou:
─ Pode haver umamudança, e quarta feira ele reassume.
Coitado, otimista como o menino que ganhou um pacote de esterco de cavalo e saiu gritando:
─ Ganhei um cavalo, ganhei um cavalo...

Na verdade, ninguém acreditava mais na justiça. Todos concordavam: o homem termina o mandato e vai para casa numa boa. Mas Deus existe; sem Ele não somos nada. Dependemos de Deus para fiscalizar o executivo, sem Ele, o nepotismo cruzado vai rolar de vento em popa. Os cargos em comissão no DAEA vão consumir nosso salário nas contas de água.

Oh! Prefeita Marilena, companheira defensora da reforma agrária, não me venha com aquele discurso de revanchismo, da caça às bruxas, mesmo porque, a bruxa já revisou a vassoura e tem viagem marcada. Prefeita, justiça não é vingança. Falo sério, ouça todos os secretários, cara a cara, suas explicações, com alguns a Senhora pode falar por telefone e desligar. Entendo que não há tempo para refazer o que foi destruído, mas a prestação de contas dos cúmplices e responsáveis pelo estrago causado na administração, para levá-los às barras dos tribunais, sobra tempo.

Estou muito feliz, me sinto realizado. Pensava que seria obrigado a passar o 1º Centenário com ele. Os discursos heróicos, contando as peripécias para desviar das pedras. Emocionado ele, e eu inconformado, mas, como já falei, e hoje falei muito em Deus, sou agradecido, afinal, vou passar sem ele, cem anos. Saravá meu pai!
2221 - 07092008

19.8.08

AAL
Folha da Região - 19082008
Em resposta ao comentário feito pelo senhor Ventura Picasso nesta Coluna de Leitores em 15/8, quem estampou meu currículo nas páginas dos jornais não fui eu, mas a própria Folha da Região, antes, durante e depois da eleição da Academia Araçatubense de Letras (AAL), motivo pelo qual resolvi esclarecer a razão de não ter sido eleito. Nunca disse ser superior nem inferior a ninguém. Entretanto, os fatos não podem ser omitidos e não tenho vergonha de me dedicar à literatura e de ter uma boa formação. Tudo com muito esforço e suor. Eu e o senhor Picasso não temos intimidade suficiente para que ele faça qualquer juízo sobre mim. Os acadêmicos, sim. Muitos deles meus professores e colegas de profissão. Nesse caso, se há pretensão, é da parte dele em querer falar em nome dos acadêmicos e comparar Machado de Assis a quem quer que seja.Por último, não preciso dizer com palavras o quanto respeito meus colegas escritores da AAL. Tenho demonstrado isso por meio de ações, nas várias publicações e projetos organizados por mim nos quais vários deles participam.O tempo dirá se a escolha do novo acadêmico foi boa ou não. E contra o tempo não há argumentos.
Antonio Luceni, escritor, membro da UBE (União Brasileira de Escritores) e diretor municipal de cultura em Araçatuba

15.8.08


Célia Villela
FOLHA DA REGIÃO 15082008
Quero externar os parabéns à nobreza dos nossos acadêmicos por votarem em Célia Villela. Meu caro Antônio Luceni, a sua formação teórica não quer dizer que esteja credenciado, ou preparado para ser ‘o favorito’ de um determinado grupo. Ninguém é superior a ninguém, somos iguais em tudo. Machado de Assis não tinha um currículo igual ao seu, aliás, Machado não tinha currículo. Mas, a adorável Marilena Chauí, que brilha entre os mais importantes intelectuais do mundo, com certeza, possui um currículo comparável ao seu. Ela foi Secretária da Cultura da Cidade de S. Paulo, que não era uma secretaria terceirizada, passou quatro anos sem escrever uma única página, mas proporcionou que muitos pudessem fazê-lo. Isto por que, sendo parte de um coletivo público, nunca concorreu visando objetivos pessoais. Para ela, concorrer a qualquer evento cultural, naquela época seria um lobby chapa branca, assim como o senhor alega ter feito. A Célia Villela é uma criatura livre, sem lobby, não exerce cargo em comissão, só cria textos de ótima qualidade. Ainda bem que o senhor não recebeu votos suficientes para ocupar a cadeira de Olavo Bilac. Os eleitores da Academia Araçatubense de Letras, possivelmente, e com larga experiência na escolha de seus pares, pressentiram a tempo, que o senhor não esta preparado para ocupar uma vaga imortal. O respeito aos escritores de todas as academias, principalmente da AAL, é o primeiro item de uma série de obrigações e direitos. A formação curricular não conta; conta a arte de criar e um bom diploma de humildade.

Ventura Picasso – Grupo Experimental da AAL.
1352
Célia Villela
FOLHA DA REGIÃO
Coluna dos Leitores
Quarta-feira - 13/08/2008 - 03h01

Gostaria de dizer que o fato de existir uma Academia de Letras em nossa cidade já é motivo para que celebremos e tenhamos gratidão pela iniciativa dos que a iniciaram. Como sabemos, a leitura é companheira nossa de cada dia e a leitura de obras estéticas caracteriza um complemento em nossa vida, já que a fantasia faz parte da relação humana. O fato de não ter sido eleito, nesse momento, acadêmico da Academia Araçatubense de Letras não significa que não tenho condições de pertencê-la ou que minha concorrente seja superior a mim do ponto de vista acadêmico/literário. Ao contrário, como podem observar pelo breve currículo estampado nas últimas edições da Folha da Região, tenho formação na área de Letras, desde a graduação em Letras no Unitoledo, com pós-graduação em Teoria Textual na Unesp e mestrado em Literatura Brasileira na UFMS. Sou autor/organizador de cinco livros, sendo que um deles foi resultado de prêmio em concurso literário promovido pela própria Academia Araçatubense de Letras (1º lugar). Talvez o lobby de Célia Villela tenha sido maior que o meu (é uma Villela) e meu currículo só serviu para prestigiá-la mais. Em tempos de eleição, parece mesmo que há muito a se pensar sobre voto. No demais, todas as Academias têm acadêmicos e acadêmicos... Paulo Coelho está na Academia Brasileira de Letras.
Antonio Luceni,
escritor e membro da União Brasileira de Escritores e diretor municipal de Cultura de Araçatuba

9.8.08



Conflito de Gerações
Entrevista no ig 01082008



Tem certeza de que careta era seu pai? Cuidado, você pode se surpreender... Daiane Parno

Mais e mais homens admitem ser mais exigentes com os próprios filhos, que muitas vezes vão buscar refúgio da caretice no colo dos... avós. É, amigão, um golpe e tanto para quem um dia jurou não acreditar em ninguém “com mais de 30 anos” e jamais repetir os erros do pai...careta!

Liberdade, ainda que tardia

Todo adolescente sabe que sair de casa sem ouvir um extenso sermão sobre horários e cuidados é quase impossível. A marcação serrada, muitas vezes, é o principal motivo de brigas e discussões.

O aposentado Célio Aparecido Espanhol, de 44 anos, é pai de dois adolescentes e admite que hoje dê menos liberdade aos filhos do que ele tinha quando era jovem. "Na minha época minha mãe mal sabia onde eu estava. Hoje eu levo e vou buscar, mas tudo isso por causa da violência. Quando eu era jovem as coisas eram mais tranqüilas", diz.

E não são apenas os pais quarentões que pegam no pé. O filho mais novo de Márcio Alessandri tem apenas 5 anos, mas ele já avisa: o pequeno Vito vai ter problemas na hora de sair para a balada. "Eu sou meio paranóico. Hoje eu não gosto nem que o Vito vá brincar sozinho na rua", confessa o ilustrador de 34 anos.

Excesso de preocupação + excesso de controle = perigo

Se preocupar com os filhos é normal, o problema é quando os pais exageram na dose. De acordo com a psicóloga Helga Picasso Toth, os celulares e câmeras de segurança em escolas são alguns dos vilões desse conflito. "É possível monitorar os filhos o tempo inteiro. Com isso os jovens acabam crescendo sem autonomia e sem responsabilidade".

"Não há problema em combinar regras e estipular horários, ou pedir para o filho dar uma ligadinha quando chegar a tal lugar. Mas isso é diferente do pai que fica ligando o tempo inteiro no celular. A violência faz parte da nossa realidade e os pais não devem super proteger, mas sim dar base para os filhos conseguirem sobreviver", aconselha.

Sexo e namoro: que complicação!

Falar sobre sexo e entender o comportamento sexual dos filhos nunca foi tarefa fácil para os pais. Até alguns anos, o assunto sequer era abordado pela família, ou então, acabava ficando sob responsabilidade exclusiva da mãe. Agora, não tem mais desculpas e você vai precisar tomar coragem e conversar sobre isso até mesmo com aquela sua filha de 18 anos que em geral é uma gatinha, mas que vira uma leoa enfurecida quando precisa falar de limites!

"Eu nunca fui proibido de fazer nada, mas não tinha muita liberdade. Meus namoros eram bem reservados. Dormir na casa da namorada, como meu filho faz hoje, nem pensar", afirma o técnico em indústria têxtil José Donato Salvi, de 46 anos. Apesar de garantir que tem um diálogo mais aberto com os filhos, confessa que conversar com Francieli, de 18 anos, é bem mais difícil do que os papos que leva com Emerson, de 22. "Normalmente a minha esposa conversa mais com ela, virou uma intermediadora."

Márcio também enfrenta dificuldades nas conversas que tem com a filha Julia, de 12 anos. "A prematuridade com que ela lida com a sexualidade me assusta. Até os 17 anos eu brincava com bonequinhos e hoje ela me diz dos 'pitacos' que dava.”

Mas, aos poucos, os pais estão descobrindo que conversar é a melhor fórmula para resolver esse conflito. "Meu pai não conversava sobre sexo comigo. Às vezes minha mãe comentava alguma coisa, mas só quando via que tudo estava prestes a acontecer. Hoje, apesar de eu ainda sentir vergonha, converso muito mais com a Julia sobre isso", diz Márcio.

Educação: mudando de rumo

Outra cobrança dos tempos modernos enfrentada pelos filhos é em relação aos estudos. Ver o filho formado em uma faculdade é, para muitos pais, a garantia de um futuro melhor. Uma cobrança que, muitos confessam, não existia na época deles. "Eu até tive oportunidade de estudar mais, mas eu não quis, não tinha incentivo. É que antigamente, mesmo sem estudo, se vivia bem", afirma Cláudio.

O ensino superior também foi motivo de conflitos entre Márcio e o pai. "Meu pai nunca chegou a me obrigar, mas sempre ficou reforçando a importância de se ter um diploma", diz. "Hoje eu não me importaria se meus filhos não se formassem. A qualidade das nossas faculdades é tão ruim que pra mim o que importa é que eles tenham interesse e gana. Assim eles vão chegar lá".

Diálogo e intimidade ou a arte de ser pai

Mesmo enfrentando conflitos, os pais cada vez mais estão ganhando espaço na vida e na criação dos filhos. "Antigamente o pai cuidava só do dinheiro, hoje não, ele é muito mais participativo, o que só traz benefícios para os filhos", explica a psicóloga Helga Tóth.

Os conflitos entre gerações são inevitáveis, mas a receita para resolvê-los é sempre a mesma. "Hoje você consegue sentar e conversar com seu filho e isso é um ganho para essa geração, porque eles vão crescendo melhores", acrescenta Helga.

www.estilo.ig.com.br/pais/noticia/2008/08/01/coflito_de_gerações_1488475.html

5.8.08

FANTASIA

FOLHA DA REGIÃO - 05-08-2008
Amélia não tinha queixas. Bernardão um bom marido. Cumpridor de seus deveres e na cama não tinha igual. Noventa minutos na preliminar e mais noventa de jogo. No currículo, só topo de pódio, com a ferramenta de macho, nunca perdeu um único concurso.

Acabando a fartura porem, sobra o dito popular: “Em casa que falta pão, todo mundo grita, mas ninguém tem razão”. O agora Bernardinho, com o ímpeto erótico racionado, começa as primeiras falhadas:
─ É a primeira vez, disse ele...

A mulher não é lá essas coisas, mas não é de jogar fora. E como sempre, a esposa, se sente complexada: “Será que não sou qualificada para o bom gosto sexual do meu parceiro”? Acha-se feia, ridícula e imprópria para “uso” etc.
Pergunta para o primeiro que encontra:
─ Você me acha atraente?

A irmã aconselha:
─ Pode ser uma crise existencial. Logo passa, prepare todos os dias de manhã uma gemada com Caracu, pode fazer a diferença.
─ Fiz refresco de catuaba com três Viagra’s, ele quase pegou fogo, mas não funcionou.
─ É melhor você falar com ele, pergunte qual é o problema.

Companheira inigualável acredita que a verdadeira felicidade não está neste mundo. Para alcançar a vida celestial o sacrifício é necessário. Sexta feira vai ao terreiro de Umbanda, sábado à noite na Matriz e no domingo, no culto das 20h. Nada feito. Perguntou ao marido:
─ O que está acontecendo? Vamos conversar e resolver esse problema. É alguma coisa comigo, com o teu chefe na indústria de conservas? Você foi rebaixado, atrasou o pagamento?

─ Antes fosse uma dessas as causas dos meus problemas. Quero confessar Amélia, e não sei como, mas estou possuído por uma terrível compulsão.
─ O que?
─ Uma vontade incontrolável de colocar o pênis na cortadora de pepinos.
Apavorada liga para a irmã:
─ Mana imagine! Sabe o que ele quer fazer?
─ O quê?
─ Cortar o pinto!
─ Ai! Querida, ele deve estar muito doente. Uma amiga me contou que o marido teve um distúrbio bipolar. Na cama ele ria e chorava ao mesmo tempo. Demorou seis meses nessa palhaçada, mas sarou.
─ A vizinha aqui ao lado, me falou que pode ser mania infantil, por o pênis na cortadora de pepinos é coisa de criancinha. Pode ser a tal síndrome de Peter Pan.

O pobre chegou esgotado, o corpo caiu no sofá. Ao ver o marido prostrado, joga-se aos seus pés, abaixa a calça e a cueca, aliviada vê aquilo no lugar.
Estava intacto e exclama:
─ Deus seja louvado.
Mas, quis saber:
─ O que aconteceu?
─ Lembra-se da minha compulsão de enfiar o pênis na cortadora de pepinos?
─ Você não fez isso.
─ Sim eu fiz!
─ E o que aconteceu?
─ Fui despedido.
─ E a cortadora de pepinos?
─ Ela também foi despedida.

Ventura Picasso – Conto: “Fantasia” (intertextualidade - piada da internet).
2223

15.7.08

ESTADO DE SÍTIO
FOLHA DA REGIÃO - 18-07-2008
Até quando os interesses políticos de grupos inescrupulosos estarão acima da ética, da razão e dos direitos sociais ou particulares da nação? Está provado que a segurança pública, no Estado do Rio de Janeiro há muitos anos, é dirigida por monstros ambiciosos. A herança deixada pelo casal Garotinho, uma guerra não declarada, destruiu as possibilidades de seu sucessor encontrar o caminho para dotar a população da tão sonhada proteção policial.

Dirigentes governamentais cercados por lobistas, acionistas de seus mandatos, a nata do poder econômico, aqueles que não querem pagar impostos, usam a mídia servilista, enganando os eleitores e todos os habitantes, aprovando no senado a extinção da CPMF. Não basta sonegar; exterminam as leis de arrecadação dos impostos estourando o orçamento do governo, são legisladores do jeitinho brasileiro: nus, sem pudor e sem pátria.

Diz-se popularmente: “Para cada ação, uma reação”. O Daniel Dantas está em casa.

Assim como os figurões endinheirados são inatingíveis pela lei, dominam setores do judiciário, imagine a ação do policial nas atribuições de sua especialidade. Num lapso de memória, o militar sentindo-se superior, faz justiça. E faz, segundo ele, o que o juiz não pode fazer. E não pode por tratar-se de “empresário”. Enquanto o soldado faz o que pode, lidando com a insignificância humana: pequenos infratores assaltantes de semáforos, ladrões de galinhas, onde não apenas algemas são usadas, mas sai porrada pra todo lado, o infrator apanha mais que professor grevista. O juiz lá de cima, acha normal, não vê, porém algemar um banqueiro sonegador é abuso de poder.

Matar pés de chinelo na periferia com o apoio ingênuo daquela população, que passa a ser vítima de bala perdida no fogo cruzado, é a contradição vivida pelo soldado jovem, comandado por um oficial inexperiente, numa guerra sem identidade, onde ninguém sabe quem é quem. Não é diferente da vida dos soldados experientes da Polícia Militar. O medo de ambos é o mesmo. Não se trata de treinamento, mas de vocação que é o salário do policial honesto. Falta qualidade técnica aos instrutores (com cargo de confiança?).

O exército brasileiro em parceria com a ONU já operou, em vários países, em áreas urbanas protegendo a ordem social como atualmente no Haiti. O momento é propício para as nossas forças armadas apoiadas pela ONU, sitiar o Estado do Rio, ou isso mancharia o brilho eleitoral de algumas estrelas políticas? O governo em coletiva diz: ”A culpa é do policial”!
A seguir o grito histérico do governador carioca: “Expulsa!... Expulsa!

O povo quer saber: “Quantas mortes serão necessárias por um pouco de paz?”.
2229 - Ventura Picasso - 09072008



SONHO IMPOSSÍVEL
Folha da Região 05072008
Certa vez fui rotulado de ‘plagiador de títulos’. Tratava-se do titulo de uma crônica crítica, uma denúncia. Hoje quero assumir essa qualidade de plagiador. Foi num sonho que tudo aconteceu, um ‘sonho impossível’: Essa agitação dos pré-candidatos a prefeitos criou, em minha imaginação, uma ansiedade que previa uma conjuntura surrealista para o próximo pleito municipal. Sonhei que era o candidato preferido do povo da cidade. Era o “já ganhou” em todas as bocas e guetos.

O financiamento de campanha, a cargo do Estado que distribuía as verbas necessárias, para cada partido. Não existiam candidatos e empresários corruptos. Estavam todos presos em penitenciárias confortáveis, equipadas com trio: telefone, TVA e banda larga. O espanhol da telefônica dividia uma kitinet federal com o carioca Fernandinho.

No meu sonho, os novos vereadores não teriam salário, seriam todos voluntários. Foram suspensos e proibidos todos os cargos de confiança, e a partir desta eleição, só funcionários concursados seriam contratados. As associações de amigos dos bairros seriam administradas por um comitê comunitário. Militante político não poderia pertencer à diretoria ou exercer qualquer função nos clubes esportivos, principalmente no futebol, nas comunicações em rádio, TV e jornais, assim como, nas organizações religiosas. Funcionário público não teria licença remunerada de 90 dias para se dedicar à campanha política.

Mas, a uma determinada altura, o sonho começou a se transformar em pesadelo. Lá pelas tantas, rompendo a madrugada, com esse frio o colchão deforma o meu corpo, saí do buraco e me acomodei. Na penumbra o silêncio é companheiro dos répteis peçonhentos que não emitem sons. Iluminando o ambiente, o clarão do amanhecer passa pelas frestas da veneziana, registrando no quarto a presença de uma cascavel.

Aqui na província nas campanhas eleitorais, como animais, as cartas anônimas cassam suas vítimas. Com certeza, estava a caminho uma denuncia pessoal e escabrosa, contra mim. Não foi por carta. No meu sonho, o aviso veio em forma de serpente, mas não como a de Adão e Eva. Era, pois, uma cascavel para impedir a mordida na maçã. Isso mesmo, depois de vinte anos de namoro, aparece essa cobra e aconselha minha namorada a trocar de noivo garantindo ainda, que lhe conseguiria coisa melhor, e disse:
─ Você já imaginou o que pode acontecer, após o seu casamento, se esse ateu vencer as eleições?
Lá fora, alguém preparava uma fogueira. O ofídio, cão da inquisição, estava a fim de queimar meu pé. Que ‘sonho impossível’! Acordei com cheiro de queimado. Ufa! Eleições? Nunca mais!

2201 – Ventura Picasso – 02072008

28.4.08


COMPÊNDIOS SEM BULA
Para: Graziela Nunes

Não sei por que você sempre acerta o meu passado. Quem diria que um ASDFG pudesse cutucar o cerebelo de um ancião? Pois é Menina pus a direita sobre o ÇLKJH, e fui atingido pelo mamilo esquerdo da minha instrutora de ‘dactilografia’. As mãos tremiam tanto e da testa descia um aguaceiro parecendo coroa na menopausa quando sutilmente estimulada. Aí, eu não conseguia acertar a tecla ‘G’ sem pensar no ponto. Chegava a sentir o cheiro da vida, não queria apertar as teclas queria cheirar as mãos. Passei a entender perfeitamente o que Bach quiz dizer antes da Reforma com a ‘Alegria dos homens, Jesus!’.
Não chores pela pancinha sequelada, a Argentina já não chora por ninguém. Trabalhe a cicatriz. Minha amiga, a mulher mais linda que conheci, claro quando jovenzinho, tinha uma Belém-Braísilia do pé do umbigo, ao topete do púbis, e a beleza estava nas atitudes, ou seja, se couber aqui, mulher que não tem medo de pinto, e nunca espantou galinha numa granja, nunca fez barraco na maloca.
Quando a vida trágica do J.C.Martins, no lixo da minha memória, lá no arquivo morto que não serve para transplante, ainda lembro que o coitado do pianista sem dedos sempre foi cupincha do Paulo Salin Maluf, e a boca do Zé Dirceu foi costurada pelo (Partido da Imprensa Golpista) PIG.
Hoje, mais do que ontem, estou te amando,
Vc é maravilhosa... etc.
Ventura Picasso - 28042008
1129

24.4.08

FALÊNCIA IDEOLÓGICA

FOLHA DA REGIÃO 06/05/2008

Em ano eleitoral as coincidências políticas, mundo afora, ecoam aqui nos araçás. Os políticos candidatos em suas campanhas publicitárias, entre todas as etnias, utilizam agentes publicitários que dispõe de uma tecnologia padronizada: Doa a quem doer vale tudo para vencer. E é decretada a falência ideológica.


Prevalece o santo cinismo sobre a falha da fé.

Na América, Hillary e Obama não debatem o fim das guerras contra o Taliban da Al-Qaeda no Afeganistão e Iraque. Não censuram o teste do míssil nuclear no Paquistão. Proíbem, contudo o programa nuclear do Irã e da Coréia. Defendem a “democratização” do Tibet, com certeza, sonham com uma base militar do Tio San entre a Índia e a China. Americano é bonzinho, mas o inferno está cheio deles.

Araçatuba e Itália se parecem. Acabar com o lixo em Nápoles e salvar a Alitália deram a Berlusconi, dono de um império de esportes e mídia, o terceiro mandato de primeiro-ministro. Guardadas as devidas semelhanças aqui os filhos de Deus estão na parada eleitoral com as mesmas características. Na cidade há buracos cheios de lixo, como em Nápoles, e as empresas aéreas fazem do Dário Guarita, nosso aeroporto, um quebra galho. Tanto lá como cá, impera uma ala direita poderosa.

Entre nós a oposição é light ou diet, do jeito que a direita gosta, sem gordura. Na eleição de 2003 a esquerda escondeu seus símbolos. Não eram a foice e o martelo, apenas algumas estrelinhas vermelhas. A candidata de esquerda iniciou com 22% na pesquisa, chegou ao fim com 22. Não colou nem decolou, corou.

No Paraguai, a direita estava instalada ou entalada por mais de sessenta anos. Era um cráu, guela abaixo no índio guarani, sem reclamações. Dom Fernando Lugo encontrou nos escritos de Gustavo Gutierrez (ainda bem), criador e defensor da Teologia da Libertação, o código de comunicação com essa nova presença do pobre na América Latina. Aí está o Paraguai, mais um, na sociedade dos países livres. Hay que endurecer-se pero sin perder la ternura jamás”. Os pobres latinos, exceto os colombianos, querem um Lula na presidência de seu país.

A polarização é essencial para estabelecer os limites nas eleições deste ano. Essa é a lição mais valiosa que o ex-bispo Presidente Lugo deixa. Os eleitores araçatubenses querem saber se podem confiar na esquerda, e isso depende da identificação das partes através do confronto, de um lado os malulystas e de outro em faixa própria os petistas. Nos botecos e nas igrejas, o homem simples da periferia quer discutir política, doa a quem doer, e isso só será possível se houver provocação. Quanto às elites, individualmente, cada qual reagirá conforme seu compromisso com a cidade, com sua ideologia e com seu caráter.

Ventura Picasso – Grupo Experimental da AAL - 23042008
2257



27.3.08


Câncer de Araçatuba
Folha da Região, 02042008
Roído por dentro queria passar e ignorar esse discurso. “Como é difícil acordar calado”. O meu anjo pedia para deixar quieto:
─ Cale-se! Não vale a pena interferir, ser imbecil é mais confortável.
Mas, na minha consciência mora um capetinha ateu e barulhento, que não me deixa dormir. Fico com o capeta, não dá para calar prefiro explodir. O que significa amar o próximo?

Não somos amigos. Não trato de defesa corporativa ou da liberdade de imprensa, a FR e o jornalista Guzzi não precisam; defendo apenas o direito de discordar. Nesta cidade políticos religiosos e oportunistas políticos, no exercício do mandato, não aceitam críticas. Não sou contra eles, mas acredito que os vereadores e a força de comunicação obtida com o dinheiro do povo, a TV Câmara, a TV do prefeito, a Rádio propagando o vereador dos esportistas, com tudo isso, no 2º centenário em 2108, ninguém se lembrará dos políticos dos anos 2000:
─ Existiu governo em Araçatuba?

Quando um ser humano mentalmente saudável, bom caráter e ético usa a palavra para expressar um pensamento represado em seu coração educa, conscientiza e constrói a realidade. Câncer de Araçatuba é o nepotismo. É a perseguição política que oprime a quem não pode divulgar seus produtos. Truculência contra o direito é tradição com cheiro e hálito reacionário.

Câncer de Araçatuba é o recapeamento da Avenida dos Estados. “De muito gorda a porca já não anda”:
─ Cale-se!
Não estou criticando... Estou sugerindo: Os vereadores eleitos, os funcionários concursados e a casta envolvida na administração municipal, poderiam colher assinaturas para instalar uma CEI (Comissão Especial de Inquérito), e descobrir quem é o responsável pela destruição da cidade.

Seria bom que os nossos administradores imitassem outros governos. Copiar o que é bom para a cidade não é plagio nem crime. Em Birigui, o prefeito Wilson Borini, selecionou seis trabalhos para a valorização da saúde nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), que serão apresentados no 22º Congresso de Secretários Municipais do Estado de SP, concorrendo ao prêmio “David Capistrano”.

A Folha da Região não sobrevive só de anunciantes, mas de notícias que os jornalistas garimpam. O Sérgio Guzzi não telefona aos políticos para comentar a novela das 8. Não vai à Câmara aplaudir vereador. Portanto, de nada adianta a emoção, o ódio e os gritos ofensivos contra a mídia na tribuna da Câmara. Nas igrejas, os sermões, fundamentalistas e imperativos reduzem a religião a uma falsa proposta. E aí? Alem da própria família, a quem representam?
─ Cale-se!
Vovô dizia em portunhol: “Não acredite em quem fala em nome de Deus; mas, se quiseres acreditar em Deus acredite”.
Eliminei os dois. Não sou imbecil, acordei falando! Falei...
Ventura Picasso – Membro do Grupo Experimental da AAL. 27-03-2008 2291

26.2.08

CONSOLARIANA
FOLHA DA REGIÃO 06032008
Numa das reuniões do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras (AAL), Hélio Consolaro encaminhou proposta, que foi aprovada, para criarmos uma Oficina de Contos. Rita de Cássia Zuim Lavoyer assumiu o projeto. Em setembro de 2007, no dia 17 fizemos o encontro para organizar a pauta.

Rita entusiasmada despachou:
─ Começaremos por tratar dos contos Eróticos (e algumas poesias eróticas), Fantásticos, de Horror, Maravilhosos anexando contos de Fadas, Carochinha e Infantis, além dos Jocosos, Modernos e Mini contos.
O grupo foi surpreendido quando soube que viajaria dos irmãos Grimm ao Marquês de Sade.

Em 8 de outubro a cortina desabou. Na apresentação dos Contos Eróticos, as meninas (todas devidamente aposentadas), surpreenderam e escandalizaram até Heitor Gomes o ‘Poeta das Multidões’. Logo ele, que abalou o sagrado e o profano com “Mãe na zona”, escandalizando-se? Não posso esquecer a sua maior criação: A ladainha “Rap da Qboa”, cheiroso, contemporâneo. No entanto, o seu espanto ante o conto erótico, “A Balada” de Marianice, ao indignar-se, parecia mais um moralista, furibundo e inconformado explodiu:

─ Aleluia!, nois é brega, mais é limpinho! A gente toma banho todo dia, passa chique-chique e vai dormir! Não acredito... Quem poderia imaginar que essas meninas, com carinha de criança inocente, possuíssem essa mente libidinosa, mundana e profana? Que devassidão! Deus... é um delírio! Estou pasmo. Aleluia! “Mãe na zona” é historinha infantil!

As discussões, os debates e a Roda Crítica de ótima qualidade, provocaram a evolução do grupo, atingindo uma nova fase. A liberdade das expressões artísticas, atrevidamente, impõe aos adeptos da cultura, após duas gerações Modernista de 1922, de Mário de Andrade a Érico Veríssimo, segundo as alucinações delirantes ou intuição acertada, a nossa Rita descobre uma nova era da literatura revelando:

─ Por volta dos anos 1997/1999, o professor e escritor, poeta, palestrante e cronista diário da Folha da Região, inicia o Movimento Literário na AAL, reunindo pessoas que tinham por objetivo único expressarem-se através de crônicas, contos, prosa e poesia etc. Dessas reuniões, denominada Experimental, título sugerido por Consolaro, foi publicada em 1999, a antologia Experimentânea 1. Em agosto de 2007 foi editada a sexta coletânea, Experimentânea 6, confirmando a existência de uma nova era literária que vem para interferir e ilustrar no futuro, a ERA CONSOLARIANA.

Essa vanguarda é um avanço para quem se liberta, diria Clarice Lispector se referindo à data de 1922, Rita de Cássia em 2008, pensa o mesmo sobre as letras araçatubenses.

Ventura Picasso 26022008
2225

28.1.08

Sorte ou Magia!
FOLHA DA REGIÃO 02/2008

No Brasil, até muçulmano é ocidentalizado, essa mistura saudável de gente contente, o homem comum simples ou não, ao acordar enfatiza: ”Vou à luta, já vi: hoje estou com sorte”. Em nossas novelas, pobretão não trabalha, mas anda de Ferrari; Final feliz e ponto. Nas esquinas o jogo do Bicho, nas lotéricas as opções para ‘tentar’ a sorte. A sorte é tudo para o otimista que espera na fila o médico, a vaga na creche, o resgate no tombo da moto, o bombeiro na hora do fogo, a polícia durante o assalto e a gasolina pagã ao abastecer o carro.

Essa expectativa de boa sorte é intrigante. Tivemos um ditador que foi eleito Presidente da República. O então Sargento Getulio criou a Justiça do Trabalho, o Salário Mínimo, a CLT, a Carteira Profissional, a carga horária semanal de trabalho e férias remuneradas. Em 1940, mandou os Expedicionários para guerra e recebeu dos americanos a CSN.
Em 1942 fundou a mineradora Vale do Rio Doce, instalada em doze paises. A maior do mundo no seguimento: Que sorte; ”Um novo sonho a cada dia”.

Com “O Petróleo é Nosso” criou a Petrobrás. Quase que o Sobornável fez leilão do gigante petrolífero. Em agosto de 1954, Getulio Vargas suicidou-se. Será que ele previa a privatização, ou o desmonte desse patrimônio fantástico (CSN/VALE)? Desiludido e sem sorte, despede-se em testamento: ”Deixo a vida para entrar na história”, e deixou.

Vargas sargento, depois advogado, com sua simplicidade fez mais pelo país do que muitos figurões da Sorbone. Fica provado que nós brasileiros, damos sorte com homens simples. A sede de poder de políticos está acima de qualquer lampejo patriótico. Hoje o sonho de alguns senadores é quebrar o governo porque o país esta dando certo. Lula tem um diploma do SENAI, boa sorte e é ínquebrável. O país hoje exporta para o mundo inteiro e não exportava. Não havia consumo interno, mas agora o trabalhador consome. É magia! Que sorte!

Como a oposição política a Lula é pessoal, preconceituosa e a maioria do eleitorado que apóia Lula é simples, tudo bem, ficam elas por elas. Quem sabe um dia os eleitores votarão nos candidatos a senadores que pertencem ao partido do Lula assim, a oposição acaba encaixada num governo popular. Enquanto isso não acontece somos obrigados a conviver com o choro dos tucanos, lamentando em ladainha que o Brasil cresce, porque o Presidente tem sorte.

Somos brasileiros e o que queremos é um Presidente da Republica sortudo, que não tenha um passado, passado na Sorbone, lá se aprende a falar corretamente obrigado, dá licença e bom-dia, mas tudo, tudo, absolutamente Sobornável. Alem do mais, lá neva e neve deixa o pé frio, assim não dá!

Ventura Picasso 28012008

2198
.

25.1.08

Odiando os Pobres
(Boletim 28 PT)


Podemos comparar o ódio aos pobres, à realidade da votação da CPMF. Um Senador do DEM (PFL), potiguar e outro amazonense do PSDB, querendo destruir o Presidente Lula, pessoa indestrutível, prejudicam e destroem a nação. Formaram uma dupla, que em minha opinião, representam os ricos, e é certo que tem dinheiro grande fazendo o fogo desse angu, mas até hoje nada se fala sobre isso.

A quem interessa a interrupção de um imposto justo que dá direito ao Governo Federal de controlar o movimento bancário de grandes fortunas? Talvez, apenas a empresários milionários, corruptos e sonegadores, contrabandistas de armas, narcotraficantes e por que não os bancos? Pobre não enterra dinheiro em buraco, não têm pra isso, além do mais, pagava pouco imposto, quase nada. Nessa briga só dá cachorro grande que não freqüenta o SUS.

Os Senadores Agripino Maia e Arthur Virgílio não estão dando a devida atenção aos pobres do Brasil. Eles e seus partidos PSDB/DEM-(PFL), querem a qualquer custo acabar com o programa BOLSA FAMÍLIA. No passado, antes do governo Lula, anotavam o número do Titulo de Eleitor de cada pessoa, para logo após entregar uma Cesta Básica. Faziam isso no Natal e a cada dois anos em véspera de eleições. Lula atende aos pobres todos os meses do ano e nem conversa com as pessoas contempladas.

Há poucos dias na estação rodoviária da Barra Funda em São Paulo, uma senhora, possivelmente evangélica, beirando os sessenta anos fez um discurso vibrante. O espaço completamente lotado, sexta-feira, em voz alta (aos gritos), preocupada com as perseguições que atinge o Presidente Lula, saiu com essa: “Quem fala mal do presidente pelas costas vai cair de cara no chão. É pecado. No dia do juízo final, esses ricos (...), ordinários vão todos pro inferno (...). O Lula é um homem bom e faz o que pode por nós. Quando estavam no lugar do Lula porque não fizeram melhor?” etc.

O ódio aos pobres, passa pelo próprio Presidente. Viveu em pobreza extrema quando criança. Retirante, Pau-de-Arara e Presidente do Brasil. Lula têm tudo o que os ricos odeiam. Até hoje os políticos corruptos não se conformam com a vitória do PT que colocou um governo novo em Brasília. Os maiorais da escrita e do dinheiro querem um doutor na presidência, mas nós vamos eleger prefeitos, governadores e presidente que goste dos pobres. Não adianta votar no PT para presidente e num outro partido para deputado. Voto bom é votar tudo no mesmo partido é legitima defesa!

Ventura Picasso 22/01/2008 - 2057