28.4.08


COMPÊNDIOS SEM BULA
Para: Graziela Nunes

Não sei por que você sempre acerta o meu passado. Quem diria que um ASDFG pudesse cutucar o cerebelo de um ancião? Pois é Menina pus a direita sobre o ÇLKJH, e fui atingido pelo mamilo esquerdo da minha instrutora de ‘dactilografia’. As mãos tremiam tanto e da testa descia um aguaceiro parecendo coroa na menopausa quando sutilmente estimulada. Aí, eu não conseguia acertar a tecla ‘G’ sem pensar no ponto. Chegava a sentir o cheiro da vida, não queria apertar as teclas queria cheirar as mãos. Passei a entender perfeitamente o que Bach quiz dizer antes da Reforma com a ‘Alegria dos homens, Jesus!’.
Não chores pela pancinha sequelada, a Argentina já não chora por ninguém. Trabalhe a cicatriz. Minha amiga, a mulher mais linda que conheci, claro quando jovenzinho, tinha uma Belém-Braísilia do pé do umbigo, ao topete do púbis, e a beleza estava nas atitudes, ou seja, se couber aqui, mulher que não tem medo de pinto, e nunca espantou galinha numa granja, nunca fez barraco na maloca.
Quando a vida trágica do J.C.Martins, no lixo da minha memória, lá no arquivo morto que não serve para transplante, ainda lembro que o coitado do pianista sem dedos sempre foi cupincha do Paulo Salin Maluf, e a boca do Zé Dirceu foi costurada pelo (Partido da Imprensa Golpista) PIG.
Hoje, mais do que ontem, estou te amando,
Vc é maravilhosa... etc.
Ventura Picasso - 28042008
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