10.9.09


“O PRESIDENTE
RESPONDE”
8 de Setembro de 2009

Professor cearense perguntaNa Coluna "O presidente Responde", desta terça-feira, o presidente Lula respondeu a uma pergunta cavilosa de um 'professor' cearense (me mata de vergonha, professor) sobre sua predileção por jornais e educação [...]
Tantas perguntas relevantes que despertariam a atenção dos leitores como, por exemplo: 'Quais interesses a oposição e a mídia tem em obstruir a MP do Pré-sal', ou ainda sobre a própria profissão de pedagogo, mas o professor João Teles de Aguiar, 44, de Fortaleza, foi infeliz. Perdeu a oportunidade de ficar calado. Ele quis saber de Lula o seguinte:
“Dizem que o senhor não lê jornais e tem desprezo pelo conhecimento e pelo saber. Até que ponto isso é verdade?”
E o presidente respondeu:
“Na democracia, quem tem desprezo pelo conhecimento jamais chega a presidente da República”. “Eu recebo todas as manhãs um panorama de tudo o que foi tratado pela imprensa.
“Ao longo do dia, continuo recebendo informações de ministros, de lideranças políticas, empresariais e trabalhistas sobre questões nacionais e internacionais...”
“Não poderia dar informações se não tivesse informações”. E explica de forma erudita o porquê da aversão que desenvolveu em relação aos jornais.
“Alguns deles parecem ter se especializado apenas em notícias negativas, de modo que se tornaram capengas, deixando de transmitir as variadas dimensões da realidade”.
“Quanto ao saber, logo eu, que não pude ter uma educação formal, tenho feito muito mais pela educação do que governantes que tinham verdadeiras coleções de diplomas”.
Lula prosseguiu: “Em meu governo, estamos criando 14 novas universidades, 104 extensões universitárias...”
“...Concedemos 540 mil bolsas de estudos a jovens de baixa renda para curso superior...”
“...Duplicamos o ingresso de estudantes nas universidades federais e estamos construindo 214 escolas técnicas”.
Vá se informar, João.

Postado por:
Antonio Carlos Medeiros at 15:29

1.9.09


LAMBADA
FOLHA DA REGIÃO - 17092009
Ventura Picasso

Morei numa cidade do interior com quase trinta mil habitantes, porém, nos finais de semana, chegava a receber outras trinta mil de turistas curiosos. Nesses lugares, é normal ou comum, a ostentação. Os vaidosos humanos, revestidos de etiquetas das mais famosas grifes, brilhando como estrelas no firmamento, o ostensor iluminado ficava ‘se achando’, ainda mais quando vinha da capital pra dançar lambada ‘de três’. E tome carrão, motão e triciclão roncando nas alamedas com seus motores turbinados, sem limites ou controles.

Os modelos? Todos. As cores, as mais lindas. Eles saiam da rodovia e entravam na cidade como se estivessem no Spa de Francorchamps, de pé embaixo. A Rua Riachuelo era a reta de chegada. Assim como o Schumacher, eles passavam tirando uma fininha do meu portão. A gente não aplaudia claro, nem vaiava, não dava tempo. A Moët & Chandon, no pódio, não sobrava pro nosso banho.

O prefeito da cidade, José Gasparini, que não era doutor, era ‘amigo’ de todos. Não posso dizer que foi um bom prefeito. No departamento de águas, todos lidavam com água. Era de direita, rico e inimigo do PT. Sempre que nos encontrávamos ele reclamava: Picasso, esses ligeiras do PT que andam com você, me dão um (pt) trabalho. Eles nunca estão contentes com nada.

Mas, o Zé, era esforçado. Queria humanizar a cidade. Sabe companheiro, dizia (me gozando), ninguém consegue segurar o trânsito, aqui ou em outro lugar do Brasil, só existe uma única possibilidade, já testada por mim, de fazer esses ‘pilotos’ cafajestes obedecerem às leis de velocidade urbana: Chama-se ‘quebra molas’. Vou encher a cidade com esses obstáculos, e não vou sinalizar nada!

E continuou:
− Você conhece aquele engenheiro italiano que tem uma Alfa?
− Sei sim, todo engenheiro italiano tem uma Alfa.
− Pois bem, quando fiz o quebra molas em frente à Jatobá, o “carcamanno” vinha voando no Alfa. Ao pressentir que estava no mato sem cachorro, enfiou o pé no breque da ‘máquina’, como dizem os macarrones, a dianteira do fantástico móbile abaixou. Entrou com tudo no obstáculo, saiu sem o bujão do cárter, espalhando óleo pela avenida, o propulsor virou uma caixa de pregos. O Alfa fez um pit stop de dois meses. Enzo hoje, desfila pela cidade a trinta por hora, e certamente, faz splash and go pro resto da vida.

A filosofia do amigo alcaide, era coerente. Se quisessem dançar lambadas, antes, porém, teriam que pular lombadas, uai! O preço do quebra molas não estava na pauta do conselho, mesmo porque, quem mandava era o Zé. Agora uma coisa tem que ficar muito claro: Se fosse caro um quebra molas, sem dúvida, o Zé encheria todas as esquinas da cidade de bons buracos. Se há colesterol bom, deve haver buraco bom; né?

Ventura Picasso – Grupo Experimental - 01092009
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