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21.12.10
Crônicas d’alma
4218
12.12.10
Kátia Abreu recebe a Motosserra de Ouro
Em 2005, o ex-governador e senador eleito, Blairo Maggi ganhou o prêmio. O protesto foi organizado pelo Greenpeace com o apoio do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
http://blogdosakamoto.uol.com.br
Leonardo Sakamoto é coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.
2.12.10
11.11.10
Tiririca sim, mamãe
Tiririca escreveu e leu, e ainda mais, falou ao magistrado o que leu. Foi à moda antiga: Exame escrito e oral. Formidável, o deputado mais votado do Brasil, em 2010, não é analfabeto funcional. Certamente não estudou em São Paulo, sob o signo tucano, na roleta progressiva do ‘jênio’.
A erudição do candidato preferido pela maioria surpreendeu a plateia não só na geral, mas até no picadeiro. O texto do ditado ‘sorteado’ para o exame no TRE foi um paragrafo da página 52 do livro editado pelo tribunal: “Justiça Eleitoral, uma retrospectiva”. Covardia.
O vocabulário usado entre os agentes do judiciário é coisa restrita, só eles entendem o que escrevem. Seria justo que a justiça elegesse um texto popular para o nosso candidato a deputado federal, e suspeito analfabeto, que tem na mochila mais de um milhão e trezentos mil votos.
Por que não: “A macaca é má”, da Beneticta Sthal Sodré, na Cartilha Sodré da Companhia Editora Nacional (1960). Nada a ver com a Ponte Preta de Campinas, alcunhada de macaca má. Ele passou algumas horas nas dependências do tribunal. Torturando a caneta arranhando letras ludicamente. Coisas que ele não fará na Câmara. O que é democracia?
O recordista de votos de 2010, com diploma de motorista de ônibus e de caminhão, ele, como tantos outros é um legitimo representante da espécie humana. Seus eleitores, certamente, votaram no personagem e não no artista. É proibido? Não podemos ter no congresso um palhaço? A ficha do candidato sumiu? Palhaço não tem dignidade, integridade moral, sensibilidade social?
A tentativa de impedir a posse de Tiririca foi o último ato de uma ópera fantástica. A frase da campanha que fica na lembrança: “Serra não, mamãe”! Nós que não temos automóvel, e mesmo assim pagamos pedágio paulista incluso nas prestações das Casas Bahia, apoiamos o deputado Tiririca e o acerto dos seus eleitores. Acabamos de receber uma grande lição que o direito ao voto deixou e, a certeza de que o deputado não entrou na roleta progressiva das escolas do ‘Jênio’. “Tiririca sim, mamãe”!
Ventura Picasso
1724
1.11.10
A falsidade demonstrada intrigou até o mais inocente dos eleitores. Frequentou quermesses, procissões, comungou em Aparecida, beijou santo no nordeste, consolou e beijou Aécio em Minas, insolente abraçou Geraldo na despedida da derrota. Abusado, ridiculamente, abusado. Morava na Mooca, se morasse no Tatuapé ele seria diferente. No meu bairro as meninas eram respeitadas. Fomos educados: primeiro os mais velhos e as mulheres. Beijo de Judas, nem pensar.
Mulher não entra! Ora? E agora? Não sabia o que fazer com uma mulher guerrilheira. Seria ela estrangeira? Búlgara? Comunista? No mínimo deu talidomida pra mãe do Saci. Ela é a favor do aborto, do casamento gay (união civil de pessoas do mesmo sexo) e, não acredita em Deus! Esse era o mote da campanha tucana. Um roubo!
Como diria o Presidente Lula: ‘nunca, jamais, em tempo algum, alguém poderia imaginar o rumo do debate entre os presidenciáveis’. Eleito com um milhão e trezentos mil votos, assustado com a performance eleitoral, apareceu Tiririca: “Serra não mamãe”! Tiririca, um escravo da verdade, na sua simplicidade diz que não sabe nada, sabiamente, conclui que Serra jamais será presidente.
“Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo.” Não sei de quem é, mas é a frase da hora.
Não deu desta vez, apesar dos votos roubados, e nunca dará. O preconceito nacional contra a mulher, cientificamente dirigido, foi derrotado pelo voto dos quinze milhões de novos empregos com carteira assinada. Nas manchetes da imprensa derrotada, o PIG (Partido da Imprensa Golpista) não perdoa, o destaque da mulher eleita presidenta.
Pode ser que, de agora em diante, a mulherada tome gosto pelo poder. Não é possível entender como não houve uma enxurrada de votos femininos nas urnas da Dilma. Ela é a heroína da resistência brasileira contra a ditadura assassina. Ofereceu a vida, perdeu a liberdade, foi supliciada em nome de um ideal, e o nosso voto, o meu e o das mulheres seria o reconhecimento, mínimo, de tudo o que ela fez pela pátria.
Repetindo a mesma frase de tantos, que como eu, estão aturdidos com as mentiras, os vídeos e o vocabulário usado nessa contenda: As eleições, para presidente da república em 2010, não aconteceram. José Serra, do alto da sua arrogância, no frio reconhecimento da vitória de Dilma mulher, isso mesmo, o fujão perdeu de mulher, declamou com cara de santo, cínico e ligeiramente desenxabido o verso do Hino Nacional: “Verás que um filho teu não foge a luta”.
Veio bem a calhar, ele nunca mais será o mesmo. Certamente, esse beato, sonhava com a sua canonização. Um santo.
27.10.10
a primeira presidenta do Brasil?
CARTA CAPITAL
Quarta-Feira, 27 de Outubro de 2010
A práxis é de negar papeis de mando às mulheres, mas Dilma ocupou cargos, tipicamente exercidos por homens. Ela construiu sua história com esforços contínuos diante dos embates diários, não apenas humanos, mas, sobretudo, femininos. A dedicação apaixonada a uma causa é o que distingue a pessoa que tem vocação daquela que possui um emprego, vive da política, como os políticos profissionais. Dilma não é uma política profissional, militou desde a ditadura por vocação, imprimindo um significado pessoal para sua vida: acabar com as formas de discriminação e desigualdades.
Katarina Pitasse Fragoso e Nathália Sanglard.
A construção das relações sociais é configurada por uma dialética entre opostos – alter e ego, senhor e escravo, homem e mulher – que, no entanto, não implica na supremacia de um lado sobre o outro, já que a definição é dada pela composição das forças a partir de diálogos.Todavia, historicamente, o homem se (im)pôs como senhor, edificando o projeto de reinar sobre o instante e construir o futuro. Nesse cenário, a mulher estava submetida à restrição dada pelos padrões opressores consagrados pela cultura patriarcal.
Durante séculos, a mulher suportou seu destino social de se ater ao zelo da esfera doméstica. O preparo desse lócus inicia-se já na infância, pois até mesmo os brinquedos dedicados às meninas fazem alusão ao papel que a sociedade relegava a elas, que não variavam entre panelas e bonecas.
Contudo, a mulher identificou o mal-estar de que algo estava errado e lançou-se para adquirir sua liberdade, seu direito de ir e vir. Esta consciência de transcender as tarefas domésticas ganha força, no século XIX e início do XX, com a reivindicação dos movimentos feministas que visavam, sobretudo, a igualdade de tratamento entre os gêneros. Esse era o início de um embate entre as mulheres e os valores construídos pela sociedade dominada pelos homens.
Ao longo dos últimos anos, a mulher foi, gradativamente, ocupando espaços sociais. Um passo histórico para o reconhecimento dos direitos das mulheres, bem como das demais supostas “minorias”, foi conquistado com o surgimento da ONU, em 1945. Tal cenário possibilitou um novo ponto de vista: o respeito das diferenças.
No Brasil, a referida conjuntura também foi experimentada. Tivemos momentos os quais foram importantes para o avanço das lutas das mulheres brasileiras, como a realização da Semana de Arte Moderna, em São Paulo, que buscou, especialmente, incentivar o progresso no campo cultural a partir de mudanças dos costumes sociais. Dentro desse quadro, a Semana atribuiu grande projeção a figuras femininas da época, como Tarsila do Amaral e Anita Malfatti.
Uma demanda que sempre esteve na pauta das mulheres foi adquirir direitos políticos plenos, ou seja, votar e ser votada. O esforço das mulheres para atingir o sufrágio significava, sobretudo, a independência ideológica, o ingresso nas participações públicas para decidir, assim como os homens, sobre as questões sociais relevantes (1).
O direito ao voto das brasileiras foi assegurado em 1932, mas ele ainda continha diversas reservas, pois apenas as mulheres casadas com autorização dos maridos e algumas solteiras e viúvas com posses detinham tal direito. Em 1934, o modelo anterior foi eliminado e o voto feminino passou a ser obrigatório para as mulheres que ocupassem cargos públicos. Só com a Constituição de 1946 o voto feminino ganhou amplitude (2).
Entretanto, mesmo com o direito ao voto, a mulher só ganha plenamente seu direito político em 1988, ano em que mulheres foram eleitas para legislar na Câmara dos Deputados. Em 1990, tivemos a primeira senadora e, em 1994, a primeira governadora (3).
Em 2010, temos uma eleição importantíssima, já que, pela primeira vez, presenciamos uma candidata no segundo turno com chance de ocupar o cargo da presidência brasileira. Mas, para que isto aconteça, o homem deve encarar a mulher como seu semelhante, como igual. Pois, em sendo a mulher vista como sujeito, como parte, então é possível a reciprocidade, em virtude de a relação ser pautada por sujeitos iguais (4). As mulheres devem, portanto, identificar essa potencialidade e se unir para conquistar mais esse espaço que tradicionalmente não possuem.
A práxis é de negar papeis de mando às mulheres, mas Dilma ocupou esses cargos, tipicamente exercidos por homens. Ela é uma representante preparada, em virtude de haver construído sua história com esforços contínuos diante dos embates diários, não apenas humanos, mas, sobretudo, femininos.
A dedicação apaixonada a uma causa é o que distingue a pessoa que tem vocação daquela que possui um emprego, vive da política, como os políticos profissionais. Dilma não é uma política profissional, militou desde a ditadura por vocação, imprimindo um significado pessoal (5) para sua vida: acabar com as formas de discriminação e desigualdades que muitas vezes, por interesses velados, a sociedade não quer equacionar.
Hoje, apesar das diversas contribuições sociais, a verificação de dificuldades urgentes exige transformações institucionais e esforços da comunidade. É necessária a dialética entre o alter e o ego, entre o homem e a mulher, entre a sociedade e o cidadão. Mulheres e homens brasileiros, devemos nos unir para conquistar mais um marco histórico: Dilma presidenta.
NOTAS
(1) Uma causa legitimamente feminista.(2) CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.(3) Idem.(4) BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. Tradução de Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.(5) Para Weber somente tem vocação aquele que serve a uma causa e torna sua a causa a que serve, que lhe dá significado pessoal e dedica-se apaixonadamente a ela. (WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Cutrix, 2004)(*) Katarina Pitasse Fragoso é graduanda do curso de Direito da Universidade Federal Fluminense e do curso de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: katepitasse@hotmail.com(**) Nathália Sanglard é graduanda do curso de Direito da Universidade Federal Fluminense e do curso de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: nathaliasanglard@gmail.com
24.10.10
Pedro e o Globo
24/10/2010
Pedro, pastor de ovelhas, todo dia enganava a população gritando: “Olha o lobo!”. No dia em que o lobo apareceu, efetivamente, ninguém acreditou nos seus gritos. Quem acredita num mentiroso contumaz? Lembrei-me dessa história vendo o Jornal Nacional e a primeira página de O Globo, nessa sexta-feira. Assim, quando no domingo, 24 de outubro, o Globo escrever que é domingo, 24 de outubro, duvide, procure outras fontes antes de vestir sua roupa dominical.
Por José Ribamar Bessa Freire (*)
“A política é a melhor alternativa que a humanidade encontrou para substituir o maior prazer que um ser humano pode ter: bater até à morte para depois comer o fígado do outro, abocanhando-o com a carne ainda quente e o sangue ainda fresco. Quem não está disposto a reconhecer isso, não consegue superar a própria vontade de devorar o outro. Por isso, se num debate político te chamo de criminoso e te xingo, fica contente, isso ainda é melhor do que você ser servido à minha mesa”.
Quem diz isso é meu amigo Henrique Sobreira, professor da UERJ, crítico, irônico, debochado, passional, lúcido, gozador e, sobretudo, fazedor de frases. Para relativizar a oposição entre civilização e barbárie, Henrique lembra que os maiores atos de violência humana sempre foram cometidos por pessoas que se autoproclamaram civilizadas e consideram que “o outro” era alguém que devia ser “educado”. Isso pode ser comprovado nos últimos cinco séculos: de Isabel - a Católica e Dom Manoel - o Venturoso, até os Georges Bushinho e Bushão. Os índios e os mulçumanos que o digam.
No Brasil, pelo menos nas campanhas eleitorais, a política substituiu a antropofagia. Salvo o bispo de sugestivo nome Sardinha, ninguém foi jantado e devorado pelo adversário, ainda que pequenas violências realizadas dentro de certos limites e hipócrita ou sinceramente condenáveis, tenham sido cometidas ao longo da história, como mostram exemplos mais recentes.
Cantando “espada de ouro quem tem é o marechal”, eleitores do marechal Lott cuspiram na cara de Jânio Quadros; o general Figueiredo chamou os estudantes de Florianópolis pra porrada; jogaram ovo e apedrejaram o Mário Covas; atiraram uma galinha preta na Marta Suplicy; esbofetearam o Collor em Niterói; lançaram uma torta na cara do Berzoini, então presidente do PT. Um velhinho deu umas bordoadas no Zé Dirceu. Vaiaram o presidente Lula na abertura do PAN. Esses gestos de violência não deixaram sequelas físicas ou morais.
Dois Serra
Um dia, caminhando pelo calçadão de Icaraí, em Niterói, encontrei um amigo, também professor da Uerj, Ronaldo Coutinho, um doce radical, que se arrastava, todo esparadrapado, exibindo hematomas pelo corpo. Dias antes, ele havia dado um soco no Collor e os seguranças moeram-lhe o corpo de porrada. Apesar de dolorido, estava feliz, feliz da vida: “estou quebrado, mas acertei o pústula” – dizia, rindo, como um menino travesso. Confesso que fiquei na fronteira da política e do canibalismo, quando invejei a façanha do Coutinho. Ele fez o que eu e a metade do povo brasileiro queríamos fazer. Estou orgulhoso de ser seu amigo.
E isso porque a bofetada no Collor foi mais simbólica do que física, se situou entre a sapatada no Bushinho e a estatueta de metal lançada contra o Berlusconi na Itália. Agora acertaram José Serra com uma bolinha de papel, que assumiu várias formas: “fita adesiva”, “artefato”, “tampa de garrafão de água mineral”, “objeto contundente”, “projétil”, até chegar a uma “bobina de papel crepe que arremessada com força pode provocar danos graves na pessoa atingida” segundo o bobinólogo Merval Pereira, articulista do jornal O GLOBO. E é aqui que o fiofó da cotia assovia, ou como poderia dizer Orozimbo Nonato: Hic culum cotiae sibilare.
A cotia assovia quando digo que admiro o José Serra. Sinceramente. Sem ironia. Juro. Faço um juramento amazônico: quero ver minha mãe mortinha no inferno, quero que Santa Luzia me cegue se estou mentindo. Mas o Serra que eu admiro é o de carne e osso, que nasceu pobre, filho de um feirante, ex-presidente da UNE, que amargou o exílio, lutou pela redemocratização do país, foi deputado, senador, prefeito, governador, ministro da saúde – bom ministro. Aquele que no início da campanha reconhecia os acertos do governo Lula. Nesse até que dava pra votar. Mas ele não é candidato.
O candidato é o outro Serra, aquele conivente com a mídia conservadora - que o inventou - comprometido com interesses dos setores mais atrasados e obscurantistas do país, arrogante, gigolô do sagrado e da religião, dono da verdade. Aquele cuja mulher declara que a adversária é a favor de matar criancinhas, que quando questionado sobre isso posa de vítima e baixa o nível do debate, que usa o tema do aborto no palanque eleitoral, que se deixa liderar pelo seu vice Índio da Costa – um paspalhão – em política externa e de segurança. E ai Serra perdeu: na emblemática escolha do vice.
A credibilidade
Nesse outro Serra, metamorfoseado em Opus Dei, que espetaculariza sua fé na Virgem de Aparecida, eu não voto, embora o respeite, porque ele é o candidato de mais de 40 milhões de brasileiros, alguns deles amigos muito próximos, com quem mantenho fortes laços afetivos, mesmo se nesse momento um de nós vai pra lá e o outro vem pra cá. No Serra que não voto é no Serra da Rede Globo, que arma, desinforma sataniza, que zomba da minha inteligência, que acha que o cidadão é um otário, que esqueceu os gritos do povo nos comícios das Diretas Já:
“O povo não é bobo, abaixo a TV Globo”.
Nessa semana, os telejornais da Rede Record e do SBT mostraram que Serra foi atingido por uma bolinha de papel atirada por um grupo de mata-mosquito que ele demitiu quando ministro da Saúde. O Jornal Nacional dedicou sete longos e caríssimos minutos para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história, tinha havido outra agressão. Apresentou imagens nebulosas, interpretadas por um perito de reputação duvidosa, que diz que está vendo aquilo que não estou vendo, embora olhemos as mesmas imagens. O atentado, então, justificaria que Serra procurasse o médico, ex-secretário de saúde do Cesar Maia, para fazer uma tomografia computadorizada.
Francamente. Por serdes vós quem sois! Não exagereis para não serdes exagerado. Imaginem vocês se depois da cuspida que levou na cara, o histriônico Jânio Quadros exigisse um exame de abreugrafia, desconfiado de que o eleitor de Lott era certamente um tuberculoso que numa guerra química queria contaminá-lo. Serra é o primeiro paciente no planeta que faz tomografia por causa de um arremesso de uma fita crepe. Num país gozador como o Brasil, ele passou a ser objeto de piada, quando merecia contar com nossa solidariedade, se o fato não fosse manipulado e hiperdimensionado.
O episódio de violência, mais que nada simbólica, tem que ser condenado de qualquer forma, com veemência, com a mesma veemência com a qual devemos rejeitar sua exploração política, da forma mais torpe e manipuladora de factoides. Apesar disso, é preciso discordar também da intervenção do Lula que, como presidente da República, representa todos os brasileiros e não podia bater boca com um candidato. Não cabia a ele esse papel.
Numa época em que não havia escrita, no século VI antes de Cristo, na Grécia, um ex-escravo, chamado Esopo, que tinha o dom de narrar, contava entre outras a história de Pedro e o Lobo. Pedro, pastor de ovelhas, todo dia enganava a população gritando: “Olha o lobo!”. No dia em que o lobo apareceu, efetivamente, ninguém acreditou nos seus gritos. Quem acredita num mentiroso contumaz? Lembrei-me dessa história vendo o Jornal Nacional e a primeira página de O Globo, nessa sexta-feira. Assim, quando no domingo, 24 de outubro, o Globo escrever que é domingo, 24 de outubro, duvide, procure outras fontes antes de vestir sua roupa dominical.
P.S. – Às vezes, autoritário. Às vezes, ranzinza e ligeiramente rabugento. Sempre, amigo dos índios Guarani. Armando Barros, professor da UFF, parceiro em tantos projetos, nos deixou nesse sábado, com muita saudade. Seus alunos, seus colegas e os guaranis choram a perda.
*José Ribamar Bessa Freire é antropólogo, natural de Manaus e assina no “Diário do Amazonas” coluna semanal tida como uma das mais lidas da região norte. Reside no Rio de Janeiro há mais de 20 anos e é professor da UERJ, onde coordena o programa “Pró-Índio”. Mantém o blog “Taqui pra ti” e é colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.
Postado por René Amaral às 10/24/2010 07:00:00 PM
19.10.10
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as "famiglias" que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão dixit: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas "os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz". Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. "Azul tucano". Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP e o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a "vitória da Marina". Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.
"Marina, você faça tudo, mas faça o favor": não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você "tanto faz". Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem "esse rosto que o povo gosta, e que gosta e é só dele".
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. "Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu".
Maurício Abdalla é Professor de filosofia da UFES, autor de Iara e a Arca da Filosofia (Mercuryo Jovem), dentre outros.
Desculpe Marina,
mas eu estou de mal
Maurício Abdalla
Marina há os que a conhecem de agora, como candidata aplaudida pelos mass media. Esses podem estar de bem com você. Mas há os que a conhecem como a militante cristã, engajada nas causas sociais que os que hoje a paparicam jamais tiveram sequer conhecimento – ou, de qualquer forma, com elas nunca se importaram. Há os que também a conhecem como a doce e ferina oposição ao Governo do PSDB em seu mandato como senadora. Esses, Marina, como eu, estão de mal.
Neutra, Marina? Neutros, ficamos diante de questões que nos são indiferentes. É-lhe indiferente o futuro do nosso país? Custa-me crer, pois sua história um dia a posicionou. Posicionou-a, inclusive, ao lado de Lula. Não acredito que para você tanto faça a continuidade do atual Governo ou o retorno dos tucanos. Sabe por que, Marina? Porque não “tanto fez” para você durante os 5 anos e meio em que esteve no Governo. Ou você também ficaria tanto tempo como ministra de um Governo do PSDB/DEM? Ou se o governo Lula fosse igual ao do FHC? Alguma diferença havia de ter, não é verdade? Caso contrário, suas motivações passariam a ser um tanto quanto paradoxais.
Em que pese às decepções que tivemos Marina, não nos é indiferente – a nós que pensamos nos pobres e na justiça social – o fato de 30 milhões de pessoas terem, hoje, o que comer. Não podemos dizer que tanto faz um salário mínimo de R$ 300,00 ou de R$ 510,00. Que mais 15 milhões de pessoas tenham emprego, em contraste com o presidente anterior que cunhou o termo “inempregáveis” como resposta ao desemprego, é fato que não pode deixar de tocar-nos o coração.
É diferente, Marina, tratar os presidentes de outros países, quando são índios, mestiços e ligados aos movimentos sociais, como legítimos mandatários ou tratá-los como ralé que deveria submeter-se aos EUA e ao sub-imperialismo de nosso país gigante.
Temos severas críticas ao Governo Lula, mas nenhuma delas se assemelha às críticas das elites e de seus meios de comunicação. Nenhuma delas pode ser superada por alguma proposta do Serra. Ao contrário, o retorno do PSDB/DEM apenas aumentará as nossas bandeiras de oposição.
Em situações como esta, a neutralidade é um péssimo exemplo para os jovens. Ainda espero que você se posicione. Ainda aguardo que você volte a ser a Marina, de família de seringueiros, cristã, militante, sindicalista e Silva. E que repita para essa juventude que não conheceu o governo do PSDB/DEM tudo aquilo que você já disse sobre ele no senado.
Ainda espero. Pois eu, ao contrário de Caymmi – e, em certo sentido, ao contrário também de você que ainda rumina uma mágoa mal digerida do Governo – “quando me zango, Marina, eu sei perdoar”.
Maurício Abdalla é Professor de filosofia da UFES, autor de Iara e a Arca da Filosofia (Mercuryo Jovem), etc.
17.10.10
Todas essas amigas minhas, da Vila Madalena, de Pinheiros, da USP, mulheres esclarecidas, emancipadas, que votaram na Marina apesar de evangélica e anti-aborto, agora descobriram que todo o seu estado maior é formado por tucanos. Ou ainda não descobriram? A vocês todas, eu digo: não se trata agora de derrotar o Serra ou o neoliberalismo. Tudo isso é transitório, efêmero. Trata-se de derrotar a grande conspiração obscurantista. Trata-se da luta milenar da razão contra a superstição, da tolerância contra o fanatismo, da modernidade contra o atraso. O artigo é de Bernardo Kucinski.
12.10.10
Num país republicano como o Brasil, quando usamos o dinheiro ao pagar uma conta, para que ninguém se esqueça das trinta moedas, há um breve lembre: 'Deus seja louvado'.
7.10.10
Um grupo de professores e pesquisadores de Filosofia, de várias universidades do Brasil, decidiu lançar um manifesto em apoio à candidatura de Dilma Rousseff para a Presidência da República. "Cremos que sua chegada à Presidência representará a continuidade, aprofundamento e aperfeiçoamento do combate à pobreza e à desigualdade que marcou os últimos oito anos", diz o texto. Os professores e pesquisadores de Filosofia também manifestam preocupação com a instrumentalização do discurso religioso na presente corrida presidencial.
2.10.10
Brizola Neto -
31.8.10
Nossa Secretária Beatriz Soares Nogueira
Beatriz, funcionária de carreira, com extraordinária formação arrasou. Não se trata, pois como pensa a oposição, de um cargo da ‘cota’ do PT. Trata-se, isto sim, da melhor qualidade humana para comandar a Secretaria da Educação.
O objetivo desses opositores, para mim, não ficou claro. Não entendi, até hoje, se eles queriam comprometer o governo Cido Sério, ou a própria secretária. Não sei se foi, por acaso, uma armadilha.
O jogo de palavras, bem como questionamentos viciados fora de ordem e do contexto, obtendo respostas, que segundo os interlocutores não se sentiam contemplados, funcionou como uma declaração de incompetência e de total desconhecimento legal dos temas debatidos.
A convocação de Beatriz, que respondeu serenamente a todas as perguntas, tratando respeitosamente aos senhores vereadores, contrapondo o quesito de que “vieram me falar no gabinete”, de que o governo e a secretaria lida apenas com questões concretas com responsabilidade, seriedade e respeito com a coisa pública.
Os arrogantes, que ‘se acham’ a Flor de Lotus, da política em nossa cidade, após o debate, certamente foram pescar.
Assim eles pretendem fiscalizar os atos do governo?
Valeu Beatriz!
Ventura Picasso – Membro da Executiva do DM-PT de Araçatuba.
1312
24.8.10
27.5.10
1.5.10
O debate político eleitoral, ainda nas preliminares, não encontrou um caminho seguro para orientar a nova realidade. De um lado, com tudo explicadinho, os governistas insistem, e fazem muito bem, em comparar o sonho do navegante Lula com o que sobrou do governo FHC. Aí, aparece uma notícia dessas!
O presidente Lula tem acumulados 33 prêmios no Brasil e no exterior a receber quando deixar o governo. Os prêmios foram oferecidos durante o seu governo, mas ele pediu para recebê-los só depois de transmitir a faixa para o seu sucessor. Em sua maioria, são prêmios “honoris causa” de universidades daqui e de fora
O cineasta Michael Moore, demonstrando grande conhecimento da biografia do presidente, diz que Lula, é o “verdadeiro filho da classe trabalhadora da America Latina”. Deu na ‘Time’ um ranking que o PIG garante que não é classificador. Lula é indicado pelo número 1. É o ‘um’ que não é o primeiro de um ranking que não é ranking. O topo da “Time” apareceu na lista do presidente?
A revista “Time” informa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece no topo de uma lista das pessoas mais influentes do mundo. Barack Obama surge em 4º lugar, Yukio Hatoyama do Japão, em sétimo e Nancy Pelosi, ex-governadora do Alasca aparece em 9º lugar.
A preocupação do PIG em corrigir a matéria da revista americana, é cômica e dramática. O primeiro choque foi causado pelo titulo: ”Lula é eleito um dos líderes mais influentes do mundo”; O louco! Roeram as unhas até o cotovelo.
Eu tenho orgulho do meu país, sou brasileiro, o Lula já apareceu nessa lista da “Time” em 2004, defendendo no México, o fim dos subsídios agrícolas à exportação. Os exportadores brasileiros gostaram, mas não votaram em Lula.
A lista da “Time” indica uma ordem: em segundo lugar está J. T. Wang, presidente da Acer.
Nós sabemos que parte da imprensa não divulga uma única nota de projeto importante para a nação produzido no Planalto. Tudo bem. A maioria das empresas de comunicação, jornais, rádios e TVs, são particulares. Seus proprietários têm o direito de editar o que quiserem. Mas, entre eles, alguns não se submetem à censura, mas desfrutam de um imenso prazer censurando os atos da presidência.
No mundo moderno, essa mesquinharia, já não é possível.
O novo endereço do sonho americano é ao sul do equador, queiram ou não!
Jornal La Nacion – Argentina –
El presidente de Brasil encabeza el ránking de la publicacion norteamericana, en el que Barack Obama aparece en el cuarto puesto;
3.4.10
“Aposto nos professores”
Os nossos mestres, em greve, estão nas ruas tomados de uma emoção enlouquecida, enfrentando os gladiadores do Senhor de todos os paulistas. Agindo como mau patrão, o governador, não aceitou o diálogo com os professores. Quem não sabe negociar não serve para governar. Pagar o preço justo ele não paga.
Porem bonifica-os com gás pimenta, lacrimogêneo, bombas de efeito moral e cassetetes democráticos. Uma festa! Alegar que não dialoga com grevistas é puro cinismo. Por que não os atendeu e conversou antes da paralisação? Os mestres não apresentaram atestado ideológico?
* “Sou professor. Sou um paradoxo”. Enfrento a tropa de choque. * “Sou o mais afortunado entre todos os que labutam”. Ensino e aprendo. Sou um guerreiro defendendo os meus direitos e o de todos os professores. Sou sindicalizado.
A Apeoesp, presidida pela Bebel, que representa os professores estaduais de SP, está sendo impedida de usar palavras de ordem, publicamente, contra os partidos do Senhor governador e seus coligados, PSDB e DEM, que não reconhecem a categoria. É tempo de censura?
Nunca antes na história deste país, um partido político interpelou judicialmente um sindicato. Começou a censura? A imprensa pode selecionar a notícia que quiser divulgar, e ninguém pode exigir que ela divulgue ou não, qualquer notícia. A censura com quem está?
Em1919, na Baviera, fundaram um partido político contendo em seu programa vários pontos exigindo a eliminação dos cargos públicos de judeus. Que coincidência, claro que entre eles, haveria centenas de professores.
Ameaçando substituir os grevistas da educação, esse governo decadente, alarma a nação. Ainda não chegou ao Planalto e já baixou o AI Sem Número. A ditadura começou assim e chegou ao AI 17. O quinto Ato Institucional facilitou a censura. É muita ousadia, dos docentes, exigir que o Senhor dos Alagados preste contas aos eleitores de SP, especialmente, a um movimento social e político polarizado por educadores.
O Senhor de todos os paulistas, deixou o cargo e mais uma vez, largou um governo mal resolvido, um bode na sala do vice. Arrogante, ignorando a sua realidade, ligado ao diretor da roubalheira José Arruda, queimando etapas se lança em nova campanha eleitoral combatendo a roubalheira. Como é possível, chefe? De onde sairá o vice?
Bebel, professora, é do PT; O governador é do PSDB e do DEM. O movimento é político. E eu, aposto nos professores!
* John Schlatter 2329
Ventura Picasso Secretário do Sintapi (Sindicato dos trabalhadores aposentados, pensionistas e Idosos)
21.3.10
9.3.10
Ventura Picasso
Tratar a morte do jornalista Vladimir Herzog, num formato simplista, com desdém agressivo, como se fosse um fato comum, é inaceitável. Repetir a versão “oficial” daquela tragédia, no DOI-CODI do II Exército em S. Paulo, onde o Vlado foi suicidado, com seus algozes mostrando fotos do jornalista enforcado no próprio cinto, nem a avó do Chapeuzinho acreditou.
Vlado, judeu nascido na Croácia, foi sepultado em 27 de outubro de 1975, no Cemitério Israelita. A cultura judaica determina que os suicidas sejam enterrados num lugar isolado do cemitério, mas o Rabino Henry Sobel negou a tradição. As circunstâncias eram outras.
Na história moderna do Brasil, Herzog desempenhou um papel inigualável. O mundo inteiro ficou chocado com a violência descabida desenvolvida pelo regime militar. Esse assassinato reduziu a gula dos golpistas a continuarem disputando a presidência entre eles. Evitou que mais algumas rodadas de generais passassem pelo palácio do governo.
Hoje, o jornalista Vladimir Herzog, após quase 35 anos, é considerado um dos símbolos da resistência ao autoritarismo. Portanto, quem se reportar a esse mártir naturalizado brasileiro, pelo menos, mesmo sem conhecê-lo, usar de um respeito que só os verdadeiros heróis merecem, principalmente, depois de mortos.
Ventura Picasso – Secretário do SINTAPI - 09032010
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7.3.10
Ventura Picasso
Coluna dos Leitores - Opinião
Folga da Região 05032010
Não há prejuízo em transportar gratuitamente os idosos com idade acima de 60 anos. O itinerário dos ônibus não é alterado.
Em Araçatuba se fala em monopólio da TUA, nesse caso, precisamos conhecer a planilha de custo operacional dessa empresa. Crianças até 11 anos, estudantes credenciados e deficientes, por direito, por ser monopólio, cabe sim um preço social à custa da empresa.
Para os idosos, que já deram a sua contribuição à sociedade, a passagem deve ser inteiramente livre de qualquer ônus.
É uma atitude ridícula rotular os nossos idosos de oportunistas. Aqueles que querem selecionar os idosos, burocraticamente, para saber quem pode ou não pagar a passagem, estão preocupados com a TUA.
O passageiro que paga à vista a sua passagem, e os idosos, não tem na mídia quem os defenda.
Quem discordar das minhas idéias e quiser me ofender, não ficarei calado e respondo: É a TUA.
Foto da internet:
Um certo sindicalista afirmou que a TUA transporta só idosos, por isso não dá para renovar a frota.
(Pelego).
Ventura Picasso, secretário do SINTAPI - Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos.
05032010
0915
26.2.10
É o amor.
A crônica, do escritor Ricardo Kelmer, foi adotada pelo Alberico para servir de mote ao seu ideal cultural.
Situado num dos melhores núcleos culturais da cidade, este Centro Cultural - com o Muro Literário do Alberico, os bustos de Homero, Camões e Machado de Assis dispostos nas entradas - prova que esse professor sabe como transformar sonho em realidade.