3.4.10

“Aposto nos professores”


FOLHA DA REGIÃO 09042010
VENTURA PICASSO
Nos regimes políticos, onde predominam valores democráticos, a sociedade organizada sempre e em qualquer circunstância, é ouvida pelo Estado. A administração pública não pode ser tratada como se fosse particular, privada. O funcionário público, seja ele efetivo, eleito pelo voto ou comissionado tem a obrigação de atender e respeitar a coletividade.

Os nossos mestres, em greve, estão nas ruas tomados de uma emoção enlouquecida, enfrentando os gladiadores do Senhor de todos os paulistas. Agindo como mau patrão, o governador, não aceitou o diálogo com os professores. Quem não sabe negociar não serve para governar. Pagar o preço justo ele não paga.

Porem bonifica-os com gás pimenta, lacrimogêneo, bombas de efeito moral e cassetetes democráticos. Uma festa! Alegar que não dialoga com grevistas é puro cinismo. Por que não os atendeu e conversou antes da paralisação? Os mestres não apresentaram atestado ideológico?

* “Sou professor. Sou um paradoxo”. Enfrento a tropa de choque. * “Sou o mais afortunado entre todos os que labutam”. Ensino e aprendo. Sou um guerreiro defendendo os meus direitos e o de todos os professores. Sou sindicalizado.

A Apeoesp, presidida pela Bebel, que representa os professores estaduais de SP, está sendo impedida de usar palavras de ordem, publicamente, contra os partidos do Senhor governador e seus coligados, PSDB e DEM, que não reconhecem a categoria. É tempo de censura?

Nunca antes na história deste país, um partido político interpelou judicialmente um sindicato. Começou a censura? A imprensa pode selecionar a notícia que quiser divulgar, e ninguém pode exigir que ela divulgue ou não, qualquer notícia. A censura com quem está?

Em1919, na Baviera, fundaram um partido político contendo em seu programa vários pontos exigindo a eliminação dos cargos públicos de judeus. Que coincidência, claro que entre eles, haveria centenas de professores.

Ameaçando substituir os grevistas da educação, esse governo decadente, alarma a nação. Ainda não chegou ao Planalto e já baixou o AI Sem Número. A ditadura começou assim e chegou ao AI 17. O quinto Ato Institucional facilitou a censura. É muita ousadia, dos docentes, exigir que o Senhor dos Alagados preste contas aos eleitores de SP, especialmente, a um movimento social e político polarizado por educadores.

O Senhor de todos os paulistas, deixou o cargo e mais uma vez, largou um governo mal resolvido, um bode na sala do vice. Arrogante, ignorando a sua realidade, ligado ao diretor da roubalheira José Arruda, queimando etapas se lança em nova campanha eleitoral combatendo a roubalheira. Como é possível, chefe? De onde sairá o vice?

Bebel, professora, é do PT; O governador é do PSDB e do DEM. O movimento é político. E eu, aposto nos professores!

* John Schlatter 2329
Ventura Picasso Secretário do Sintapi (Sindicato dos trabalhadores aposentados, pensionistas e Idosos)

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