27.12.13

Adeus Ano Velho




 Adoro o meu país, mas respeito o pensamento de Tim Maia: “O Brasil é o único país onde prostituta tem orgasmo, cafetão tem ciúme, traficante é viciado, e pobre é de direita”.

2013 moribundo. Um ano, para muitos, que não deixará saudades. Mas, lembremos, é impossível apagar as lembranças. Nos últimos momentos de agonia, já não fazem mais concessões, vá em paz Ano Velho, agora fazem doações.

Em breve, a agua da Samar será a mais cara de São Paulo. Não vai ser possível lavar o lixão da Prata. Muito menos o viveiro de urubu do aeroporto de Guararapes, nem nossas praças emporcalhadas por fezes de pombos que contamina o meio ambiente urbano prejudicando nossa saúde.

Não querem saber, lixo é lixo, o terreno já foi pago; A lei? Ora, a lei!


Doações milionárias de empresas aos políticos ou partidos, em campanha eleitoral, nunca foram doações, apenas inocentes subornos. Os políticos não podem viver sem elas. Há uma verdadeira paixão pelas benesses dessas empresas, construtoras e bancos. Por isso o congresso é contra o financiamento público de campanhas.

A primeira barcaça do Estaleiro Rio Tietê está n’água. O ERT informou aos curiosos que o equipamento não corre risco de afundar, como supunham, são apenas testes operacionais.

Correm riscos de naufrágio os articuladores, estes, como se diz atualmente, ‘juntos e misturados’ (Estaleiro, lixão e governo) abraçados se debatem. Quem juntou tudo no mesmo parágrafo foi o Procurador da República Paulo de Tarso Garcia Astolphi.

Num passado não muito distante, além de receber da prefeitura um terreno, no escurinho a beira do Tietê, a Cooperhidro sublocou a área indevidamente ao Estaleiro.

Queimou o filme. Deram muita sorte ao azar. A subprocuradora geral da República Denise Vinci Túlio, chefiando um pelotão de procuradores federais especialistas em peculato e improbidade administrativa etc., está revirando o galinheiro, cheirando tudo que é brecha à procura do rabo do tatu bola. Por que bola?   

Haja paciência para ouvir histórias. E para contar. Os procuradores, sem pressa, querem saber tintim por tintim a historinha do terreno, da negociata e do trambique. Concordo que, esses locadores, levaram um grande susto; Foi estabelecida a neurose!

Cá pra nós, alugar o que não é privado para uma empresa mista, é projeto de grileiro doido.

E agora? Vai privatizar fazer leilão, concessão ou terceirizar? O espaço público será reduzido; Em breve Araçatuba será particular. Se não tem governo, pra que políticos?  

O presidente da cooperativa, por coincidência, é secretário do governo, devolveu o que não era legalmente alugável; o executivo, aos gritos, chamou o secretário:

*― Divinooo, avisa o 01!
Pelo celular da bancada, o capitão Nascimento recebeu a ordem e imediatamente ordenou:
― 02 doa logo a porra desse terreno! Entendeu...? Entendeu? Preciso repetir sua anta?
― Não senhor.
Imediatamente 02, retornou ao comandante:
― O aluguel atrasado como fica Cap?
― Põe na conta do Papa fdp! *Censura Federal: Qualquer semelhança é mera coincidência.

Tudo isso é perfumaria. Administrar uma cidade, para certos tipos políticos, é um grande negócio.

2013, morreu... “La vieille année est mort”! - Araçatuba resiste.

É Ano Novo! Amanhecemos no lixo, com cheiro de lixo e sem sombra; Faltam 40 mil árvores? 

Seja Benvindo, 2014!  

“As dívidas de gratidão prescrevem logo após o favor obtido”. W. Bernardes

À demain; Já vou indo procurar moedas, pra pagar uma vaga à vista na Zona!

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Foto Avião - https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTUK-oE-VY56CS7rQfNt8u9imMVo_jn40F_Asbaa5r8eJE8uP8wuA


 

15.12.13

O pessimismo militante da velha mídia



Luis Nassif dom, 15/12/2013 - 06:00 - Atualizado em 15/12/2013 - 09:13 - http://jornalggn.com.br/noticia/o-pessimismo-militante-da-velha-midia#.Uq2BQ5Btxmg.twitter

Dia desses conversava com o executivo de um grande grupo europeu, que  não se conformava com o clima de pessimismo que via em meios empresariais brasileiros, como resultado da cobertura da velha mídia do eixo Rio-São Paulo. Comparava com Portugal e Espanha, desmanchando-se, com a União Europeia, estagnada, com os desastres na Irlanda e na Grécia. Aí, voltava-se para o Brasil com o mercado de consumo aquecido, o desemprego em níveis mínimos históricos, o investimento privado direcionando-se para os leilões de concessão. E me dizia que o Brasil era um país muito louco.
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Há muitas críticas à condução da política econômica e vulnerabilidades que precisarão ser enfrentadas – especialmente o desequilíbrio nas contas externas. Mas nada que nem de longe se pareça com o quadro pintado nos grandes veículos. Aumentos de meio ponto percentual ao ano nos índices inflacionários são tratados como prenúncio de hiperinflação; acomodamento das vendas do varejo, em níveis elevados, como prenúncio de recessão.
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No fundo desse pessimismo renitente há uma guerra política inaugurada em 2005 que, quase nove anos depois, continua sacrificando a notícia no altar das disputas partidárias.
É significativa a cobertura, em um jornal econômico relativamente equilibrado, do discurso de Dilma Rousseff em um evento da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O primeiro parágrafo é dedicado ao discurso de Dilma, à necessidade de uma indústria forte, de não transformar o país em uma mera “economia de serviços”. Em seguida, mencionou programas exitosos, como o ‘Pronatec’ (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e ao ‘Ciência Sem Fronteiras’.
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Se Dilma permanecesse no encontro, continua a matéria, iria colher relatos bem diferentes sobre o que mencionou. É entrevistada então a superintendente de uma empresa de eletrodomésticos que diz que os programas são bons, “mas chegaram atrasados”. “O problema é que não temos nenhuma garantia de que o empregado no qual investimos tanto seguirá na companhia", é a reclamação. E sugere a criação  de uma “bolsa emprego”, destinada a premiar o funcionário que permanecer mais tempo na empresa.
O que isso tem a ver com a Pronatec? Nada. É um problema interno da empresa, de gestão de recursos humanos em uma economia aquecida, mas que é utilizado como contraponto ao que parecia ser excesso de otimismo na abertura da matéria.
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É um entre muitos exemplos do pessimismo militante que recobriu a cobertura econômica da velha mídia nos últimos anos. E que acaba comprometendo a crítica necessária sobre os pontos efetivamente vulneráveis da política econômica e do processo de desenvolvimento brasileiros.
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Na sexta-feira, a mesma CNI divulgou a pesquisa CNI-Ibope. Os que consideram seu governo bom e ótimo saltaram de 37% para 43% em relação ao último levantamento, de setembro. Desde julho, o crescimento foi de 12 pontos percentuais. O percentual dos que aprovam a maneira de Dilma governar aumentou de 54% para 56%.
É evidente que há muito a melhorar no ambiente e na política econômica. Mas quem está em crise exposta, hoje em dia, é certo tipo de jornalismo que acabou subordinando o senhor fato a disputas políticas menores.

Coluna do Nassif - por Luís Nassif Folha da Região de Araçatuba
Postado por Ventura Picasso