25.11.14

Carlos Slim Helú

VENTURA PICASSO 
 
Encantado ouvindo a Orquestra Jovem Simón Bolívar interpretando a Sinfonia nº 8 de Mahler, no Festival de Salzburg sob a direção do Gustavo Dudamel quando soa o alarme do telefone.
 
— Alou!
— Boa tarde; a Embratel...
— Maldito Carlão! Bati o fone sem fio imaginando que a dona estivesse dentro do aparelho.

Fui assinante da Net por muitos anos. Certo dia, o tal Carlos Slim mandou seu funcionário ligar, representando a Embratel, oferecer um novo plano, vantajoso, para uso da minha linha telefônica. 

Aceitei. 

Quando chegou a primeira fatura da Embratel chegou minha fatura da Vivo.

Vejamos qual foi a minha surpresa: Antes das “vantagens” que me foram oferecidas pelo funcionário do Carlão, eu pagava uma conta por mês. Logo após as “vantagens” passei a pagar duas (2) contas mensais da mesma linha telefônica.

Existem leis para todas as contravenções, menos as praticadas pelo Carlos. Na página 6 do meu Estatuto do Idoso, a LEI Nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. O Presidente da Republica avisou o mundo que lei é para ser respeitada.

A secretária do Slim Helú é uma máquina e nem quer saber de LEI. Lei ora lei! Ela não dá uma única chance de dialogar. É como a secretina do Hitler: É reta e entra mostrando a sola. Ela fala o que lhe ensinaram, ou seja, meteram-lhe na memória, não tem volta.

O telefone 21-2104.0042 chama todos os dias em qualquer horário. Cobrando o que já paguei para não ser incomodado. É sempre a mesma cantada: Pague esta fatura para retirarmos o seu nome do cadastro.

Não é possível confabular explicando que fui enganado pelo vendedor do Carlos Slim que é proprietário da Embratel. Atitude que justifica ser um dos mais ricos do mundo. 

Já pensou? Empresa Brasileira de Telecomunicações. Marca nacional! 

O escritório da Net é perto de casa. Assinava internet e na fatura havia propaganda da Embratel. Cheguei chegando: 

— Quero falar com a Embratel.
— Aqui não tem Embratel.
— Como não? Olha a propaganda na fatura.
— É só propaganda, nada temos com essa empresa.
— Tudo bem, nesse caso, cancele a minha assinatura de internet.

Cancelada a assinatura com a Net liguei a Vivo no PC. Minha pequena vingança, e se não há justiça, justiça seja feita com formato ignorante.

Ainda não me livrei da Embratel. Fui ao PROCON três vezes; Fizeram três acordos, e fomos enganados por três vezes, eu e a diretora do PROCON. 

Agora fiquei sabendo da maior novidade: Vejamos; ele é dono da Embratel, da Net e da Claro e agora quer comprar a Vivo.

Desisti do PROCON fui obrigado a contratar um advogado.

Não se deve cutucar a onça com vara curta.

A intenção desse mexicano é unicamente a de me prejudicar. Ele quer ganhar de sete a zero.

Quem vendeu a Telefônica?
Foi o Sergio Motta ou o Mendonça de Barros?

Enquanto isso, o Dudamel encerra o Festival de Salzburg, e o 21-2104.0042 está chamando...

foto – wilsongomessobral.blospot.com
 





21.11.14

Nunca se roubou tão pouco



Folha.com, 21/11/2014 - http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/196552-nunca-se-roubou-tao-pouco.shtml Ivan

Por Ricardo Semler

Nossa empresa deixou de vender equipamentos para a Petrobras nos anos 70. Era impossível vender diretamente sem propina. Tentamos de novo nos anos 80, 90 e até recentemente. Em 40 anos de persistentes tentativas, nada feitas.
Não há no mundo dos negócios quem não saiba disso. Nem qualquer um dos 86 mil honrados funcionários que nada ganham com a bandalheira da cúpula. 

Os porcentuais caíram, foi só isso que mudou. Até em Paris sabia-se dos "cochons des dix pour cent", os porquinhos que cobravam 10% por fora sobre a totalidade de importação de barris de petróleo em décadas passadas. 

Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia. Onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão - cem vezes mais do que o caso Petrobras - pelos empresários? 

Virou moda fugir disso tudo para Miami, mas é justamente a turma de Miami que compra lá com dinheiro sonegado daqui. Que fingimento é esse?
 
Vejo as pessoas vociferarem contra os nordestinos que garantiram a vitória da presidente Dilma Rousseff. Garantir renda para quem sempre foi preterido no desenvolvimento deveria ser motivo de princípio e de orgulho para um bom brasileiro. Tanto faz o partido.
 
Não sendo petista, e sim tucano, com ficha orgulhosamente assinada por Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e FHC, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país. 

É ingênuo quem acha que poderia ter acontecido com qualquer presidente. Com bandalheiras vastamente maiores, nunca a Polícia Federal teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio governo. (PF reestruturada por Márcio Thomas Bastos falecido ex-ministro da justiça do governo Lula. Picasso).

Votei pelo fim de um longo ciclo do PT, porque Dilma e o partido dela enfiaram os pés pelas mãos em termos de postura, aceite do sistema corrupto e políticas econômicas.  (Discordo desta afirmação de Semler. Jamais Dilma compactuou com malfeitos de qualquer tipo. E a mídia não lhe dá guarida! Um escorregão que ela desse, as hienas lhe cairiam em cima sem dó nem piedade! Infelizmente, de muitos no PT não se pode dizer o mesmo. Ivan) 

Mas Dilma agora lidera a todos nós, e preside o país num momento de muito orgulho e esperança. Deixemos de ser hipócritas e reconheçamos que estamos a andar à frente, e velozmente, neste quesito

A coisa não para na Petrobras. Há dezenas de outras estatais com esqueletos parecidos no armário. É raro ganhar uma concessão ou construir uma estrada sem os tentáculos sórdidos das empresas bandidas. 

O que muitos não sabem é que é igualmente difícil vender para muitas montadoras e incontáveis multinacionais sem antes dar propina para o diretor de compras. 

É lógico que a defesa desses executivos presos vão entrar novamente com habeas corpus, vários deles serão soltos, mas o susto e o passo à frente está dado. Daqui não se volta atrás como país. 

A turma global que monitora a corrupção estima que 0,8% do PIB brasileiro é roubado. Esse número já foi de 3,1%, e estimam ter sido na casa de 5% há poucas décadas. O roubo está caindo, mas como a represa da Cantareira, em São Paulo, está a desnudar o volume barrento. 

Boa parte sempre foi gasta com os partidos que se alugam por dinheiro vivo, e votos que são comprados no Congresso há décadas. E são os grandes partidos que os brasileiros reconduzem desde sempre. 

Cada um de nós tem um dedão na lama. Afinal, quem de nós não aceitou um pagamento sem recibo para médico, deu uma cervejinha para um guarda ou passou escritura de casa por um valor menor?

Deixemos de cinismo. O antídoto contra esse veneno sistêmico é homeopático. Deixemos instalar o processo de cura, que é do país, e não de um partido. 

O lodo desse veneno pode ser diluído, sim, com muita determinação e serenidade, e sem arroubos de vergonha ou repugnância cínicas. Não sejamos o volume morto, não permitamos que o barro triunfe novamente. Ninguém precisa ser alertado, cada de nós sabe o que precisa fazer em vez de resmungar. 

RICARDO SEMLER, 55, empresário, é sócio da Semco Partners. Foi professor visitante da Harvard Law School e professor de MBA no MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA).Ficou nacionalmente conhecido com seu best-seller “Virando a própria mesa – uma história de sucesso empresarial Made in Brazil”.

9.11.14

A verdade sobre o aumento da gasolina



domingo, 9 de novembro de 2014 - Do site Muda Mais:
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/11/a-verdade-sobre-o-aumento-da-gasolina.html

Os pessimistas de plantão estão espalhando por aí que o reajuste de 3% no preço da gasolina e 5% no preço do diesel anunciado ontem (4) pela Petrobras vai refletir de forma catastrófica no preço final do combustível.

Vamos por partes, gente. Não é nada disso. Um reajuste de 3% nas refinarias não significa muita coisa no preço final passado ao consumidor. Em segundo lugar, graças a uma lei de 1997 sancionada por FHC, quem controla, na prática, os preços são os agentes econômicos, ou seja, os produtores ou importadores, distribuidores e postos de gasolina. Por isso a diferença (muitas vezes, gritante) de preços de um posto para outro. Nada disso depende diretamente da presidenta da República.

O dinheiro pago pelos combustíveis é repassado para produtores, usineiros, governo estadual e federal por meio de impostos. Vale lembrar que o preço dos combustíveis foi barateado ao longo dos últimos anos, o que levaria a um reajuste inevitável para que a Petrobras possa manter a sua produção.

E aí tem gente que vai espalhar boatos nas redes dizendo que o litro da gasolina vai custar R$ 4,20 e o famoso “a culpa é da Dilma”. Calma, que a gente explica:

1 litro de gasolina = 3 reais (preço médio, uma vez que há variações importantes entre regiões do país)
50 litros de gasolina = 150 reais

3% sobre 3 reais = 0,09,
ou seja, com o aumento de 3%, o litro passará a custar 3 reais e nove centavos

Portanto, teremos
1 litro de gasolina = 3 reais e nove centavos
50 litros de gasolina = 154 reais e 50 centavos

No fim, para encher o tanque, a diferença será de apenas 4 reais e 50 centavos, que os boateiros de plantão tentam vender como se fosse o preço reajustado do litro. Esse tipo de pânico é uma tentativa frustrada daqueles que não querem ver o crescimento do Brasil e pregam o cenário de “quanto pior, melhor”.

Postado por Miro às 10:13