8.12.17

GIGOLOTAGEM




VENTURA PICASSO
O rico e o pobre
A queda da Bastilha. Paris, 14 de julho de 1789; a sociedade enlouquecida avança sobre a fortaleza e a destrói. Foi o 1º ato da Revolução Francesa. 

A elite governante, tirou tudo o que foi possível da nação, sugou até a última gota de sangue de cada cidadão, não esperava a reação tão poderosa do trabalhador francês.

“Qualquer semelhança com o ‘VAMPIRO’ de Brasília, é mera coincidência”. 

A nossa derrota política, a destruição do Brasil, começa no fatídico dia 1º de janeiro de 1995. O PSDB elegeu, para presidente da república, Fernando Henrique Cardoso. 

Descobridor da PETROBRAX.

O núcleo duro do governo era comandado com mãos de ferro, o falecido Sergio Motta (1940-1998), o maior entusiasta do estado mínimo. Disposto a implantar, a toque de caixa, o neoliberalismo econômico privatizando todas as empresas estatais.

Esquecemos, faz tempo, acusado de falsificação do índice de inflação de 24,8 para 14%, refletido no salário de todos os brasileiros. O santo do ‘Milagre Econômico’, Delfim Neto comandou, também, a embaixada 10%, de 1974-1979 na luminosa Paris. 

Michel Temer, subtraiu R$14,00 (Quatorze reais) do Salário Mínimo, como Delfim; O valor inicial, que era de R$ 979, foi reduzido para R$ 965 e pode diminuir mais até o fim do ano. Não esqueça que é um valor básico, para reajuste de numerosas taxas e tarifas, contra a nação.

‘Desgraça pouca é bobagem’, a senha da embaixada francesa foi a famosa e conhecida taxa dos ‘dez por cento’, deletada da nossa memória (não temos memória?); causa constrangimento ao ex-embaixador, ao saber que milhões de dólares desaparecem levados nas malas pelos ladrões herdeiros de Ulisses, do antigo MDB. 

Partido diluído entre siglas e comparsas de várias organizações comandadas por políticos ladrões. 

Caíram no esquecimento, pagas com ‘Moeda Podre Subsidiada’, as privatizações da Vale da CSN e outras.  

Não esqueça: PMDB – PSDB – PPS – DEM estão unidos para ‘estancar a sangria’. 

Entramos no mundo novo do FHC, Serra, Alkmin, Aécio, Eduardo Cunha, Aloysio Nunes, Sérgio Moro, Temer, Anastasia, Gilmar Mendes, Pedro Parente, ‘jornalistas’, publicitários e os ministros da presidência etc.

"Nada se cria, tudo se transforma", Antoine Lavoisier; “Nada se cria, tudo se copia”, Chacrinha.

Todos os dias o golpe avança um ponto, um lawfare.

Não existem denúncias de corrupção apenas eventos policialescos triviais, que para nós, já não chegam sequer a ser escândalo. Perdemos a capacidade de entender e classificar escândalos, a nossa dignidade virou cinzas. Estamos embrutecidos. Damos ordens a Deus.

A peça mais importante do governo Temer é a ‘Mala de Dinheiro’. 

Deputado preso no semiaberto, Celso Jocob foi o voto 171 para livrar a cara do Temer. A gíria popular indicada pelo “171” se refere a um malandro safado. Não é mentira, para segurar o golpista no Jaburu, vale até beijo na boca. 

Como aceitar a existência e os votos em plenário de um deputado federal ‘preso’? É festa no terreiro da tribo dos larápios. Vai, Jaburu!

Ficamos calados?

O cinismo é um desafio à nossa dignidade. De todos os indicados a ministros, após o golpe de 2016, a carta de apresentação é a folha corrida, sob certificação de Temer, “que conhece e sabe lidar com bandidos”. 
  
Os direitos humanos não seriam esquecidos. Dos braços do chefe da máfia do Leblon, para os abraços de Temer. Não lhes faltam qualidades. Servidor público que quer ficar rico; ‘servir o povo’ são outros quinhentos: “não nasci para servir, não sou escrava”!

Lá vai ela, pelo chão de terra, devidamente qualificada, mais uma. Luislinda ganhou um ministério, obaaa! Quais os ‘direitos dos humanos’ que ela aprendeu a defender ao lado do Aécio? 

Dono da agência Prole, que atendia o governo de Sergio Cabral, também delatou o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf. Foi Pereira quem criou a campanha "não vou pagar o pato”.

Segundo Renato Pereira, Skaf fraudou a licitação de publicidade do Sesi e do Senai - a campanha "não vou pagar o pato", que colocou patos amarelos nas ruas estimulando o golpe de 2016 contra a democracia brasileira, agora paga a publicidade do candidato ao governo de SP.

Arrastava a sandália na calçada/e você não dizia nada/porque o governo era seu...

Zanin afirmou que o assunto não comporta mais discussão, os recibos originais comprovando os pagamentos dos alugueis, já foram entregues à Justiça. O Lula não pagou, você acha? 

Voam penas do PSDB. Lembra do aborto da esposa do candidato?

Jorge Mudalen - Igreja Internacional da Graça, do pastor RR Soares - disse que a mudança na Constituição não interfere diretamente no que está previsto no Código Penal. Ele, no entanto, reconheceu que a partir da mudança na Constituição, qualquer um poderá questionar no Judiciário a legislação vigente que permite a interrupção da gravidez. "Você pode questionar tudo na Justiça", desconversou.

Cachorro da Dilma

Inacreditável que um deputado “impixista” tenha feito contra ela uma denúncia no Supremo por crueldade com os animais pelo fato de Nego ter sido sacrificado (como milhares de outros são), por orientação de um veterinário. 

O líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), prometeu retaliar: "Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, boca livre, sem essa de suruba selecionada". Finíssimo!

"Regra para todo mundo (a restrição do foro privilegiado) para mim não tem problema.


GIGOLOTAGEM – não conheço essa palavra. Pode ser algo relacionado ao Geddel, ao Jucá ou a outrem – talvez se refere àquele que é sustentado por sua amante, o Brasil!

Recordar é viver, lembra?
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27.11.17

Racismo como religião




ÂngeloCavalcante                                                                                                                Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás
27 de Novembro de 2017 - https://www.brasil247.com/pt/colunistas/angelocavalcante/329204/Racismo-como-religi%C3%A3o.htm  

                                                                            
E essa da atriz Thaís Araújo de denunciar o racismo brasileiro em um evento realizado em São Paulo? Onde já se viu isso? A também atriz Marieta Severo entrou na onda e escancarou o racismo de todo o dia contra seu neto, Francisco Brown; o que, por sinal, já fora, tempos atrás, feito pelo seu ex-marido, o cantor e compositor Chico Buarque.

Faz pouco tempo que o ator Bruno Gagliasso havia corajosamente "rasgado o verbo" contra o racismo desancado contra sua filha adotiva, uma criança negra e que, segundo o mesmo, deu novo rumo e sentido para sua vida.

Algo em torno de trinta mil jovens negros são assassinados anualmente no Brasil. As policias, brigadas, guardas e batalhões do país os executam aos montes, em série, em escala industrial e com a nobre "certeza do dever cumprido". Para essa épica e ininterrupta limpeza étnica são evidentemente, promovidos, recebem medalhas, patentes e ganhos salariais. E tudo na nossa cara, com nosso aval, benevolência e vistas grossas.

Essa álgebra de sangue implica, vejamos, em algo como oitenta e dois assassinatos ao dia; ou quase quatro mortes por hora. Não é impressionante? Isso representa uma morte a cada quinze minutos. 

Uau... Nem a Síria, Bagdá ou a Faixa de Gaza são tão eficazes. Que Estados Unidos que nada... Nós somos os mestres, os senhores da guerra do mundo! Nada se compara com o Brasil! NADA! 

E não vai parar! Não tem porquê parar; nada indica, aponta ou viceja que esse genocídio irá chegar a termo. É uma guerra de civilizações. É que matar gente negra dá dinheiro... Muito dinheiro! Garante poder, força, território e liderança.

Gente negra mete medo; sua religiosidade milenar de fecunda interação com a natureza; que celebra a existência, a liberdade do ser e que tudo fascina, promove e exulta; que confere centro e unidade para o corpo e a mente entre danças, gingas e atabaques, não tem jeito, mobiliza todo o chauvinismo brasileiro, ergue titãs fascistas neste "patropi"; elege bancadas inteiras de senadores e deputados federais e que abertamente, bem sabemos, cerram fileiras contra negros, gays, feministas e a juventude.

O racismo como definitiva instituição da própria fundação brasileira conforma formas políticas; produz ajuntamentos, unidade e gera discursos, evidentemente, de ódio, segregação e muita apartação.

É bom recordar que muito do ódio ao Lula (a palavra é mesmo ódio!) é porque ele conseguiu incluir algumas minúsculas frações do povo negro nos propalados cursos de medicina, nas engenharias, nos concursos públicos e os afastou um pouco da senzala brasileira, ao fim, a principal arquitetura simbólica e societária do país.

Uma das principais estratégias contra o genocídio afro-brasileiro seria investir em políticas públicas civilizacionais como moradia, acesso perene a saúde e a educação de qualidade, uma definitiva política de segurança alimentar para todas as pessoas, enfim, esse movimento de resgate do humano brasileiro como política de Estado e em operação, ao menos, por cinquenta anos, poderia, talvez, estancar a sangria aberta a bala, quem sabe pela fome, pelo desemprego ou pelo desespero puro e simples de nossa gente negra.

Só não podemos esquecer do racismo nosso de cada dia! Essa religião nacional, sutil e potente que respiramos, comemos, lemos, vemos, assistimos, saboreamos, que nos faz, refaz e perfaz constantemente e que, definitivamente, não nos dispensa em instante algum. 

Ainda bem que temos William Waack, Merval Pereira, Ali Kamel e Marco Antonio Villa a nos lembrar de que "racismo não existe" nesta terra. Pura "invencice" de preto magoado. Ao trabalho! 

ÂNGELO CAVALCÂNTE

brasil247.com