2.6.17

DIA DA PENDURA



VENTURA PICASSO
Blog da Dominante
Recordando os velhos tempos de estudantes, o planejamento do ‘CALOTE’, é a principal atividade dos futuros doutores, no mês de agosto dia 11.

“Seria cômico se não fosse trágico” (desculpem o apelo), a primeira página da Folha da Região de Araçatuba, em 26 de maio de 2017, entrega uma chamada à página ‘A6’: Casamento teria dado prejuízo de R$12 mil a fornecedores.

Veja só que festa de arromba, como diria Erasmo Carlos o Tremendão. Não é enredo de Chespirito na produção de ‘Chaves’ para a TV; ‘O Cortiço’ de Aluízio Azevedo; A danação do núcleo duro do governo Temer. 

Não conheço atualmente as leis que regem a liberdade de expressão, nas mídias, no exercício do jornalismo.

Os nomes dos principais interessados, segundo a visão de um juiz amigo, ‘não vêm ao caso’, para efeito narrativo do fato. Diz ainda que o que interessa é o conteúdo da história; pois quê, existem fatos e acontecimentos. 

O caso em questão é apenas um fato. 

Sei não! 

Embarquemos no anonimato do conteúdo.

Aconteceu um casamento no dia 13 de maio de 2017; civil, religioso e bate-saco. 

Lá pelas tantas era só alegria. Numa chácara da periferia, a festa rolava com tudo na maior animação; “presente no local/o rádio e a televisão/cinema mil jornais/muita gente, confusão”! ... 

A articulação, o esquema geográfico, a competência do arquiteto que desenhou o enlace matrimonial do casal sem referência e desconhecido, a perfeição de todos os detalhes e degraus, faz cair o queixo da Esplanada dos Ministérios de Brasília com tudo o que tem dentro, incluso Aloysio 300 mil acima. 

Os credores envolvidos nesse magnifico evento, falam em lábia dos assessores dos pombinhos. 

Ingenuamente se deixaram levar, na falta de conhecimento teórico e prático, por um projeto invejável. 

Quentin Tarantino que fez e dirigiu Pulp Fiction em 1994, é criancinha, perto do roteirista do casamento, assim como todos os envolvidos no casório apenas mais um desconhecido. 
 
A data da ação, do tal casamento, em 13 de maio dia da Lei Áurea, a mesma da Abolição ‘formal’ da escravidão em 1888.

Não sei se os cônjuges são brancos, porém se negros, sugere um simbolismo rebelde sobre a ‘liberdade’ dos escravos.

As compras pagas à vista, todas efetuadas com cheques pré datados, sem provimentos. Outras efetuadas sob contratos, jamais respeitadas. 

A relação dos produtos, seguia uma escala cronológica perfeita. As roupas do casal nubente e de todos os padrinhos (30), provadas e aprovadas e nunca pagas, não voltaram mais ao senhoril. 

Na porta da igreja, o motorista a rigor, ficou com a mão estendida...

Não pagaram ao cura a solenidade religiosa; O fotografo não viu a cor das ‘abobrinhas’. 

A orquestra tocou uma valsa dolente/tomei-te aos braços/fomos dançando/ambos silentes...

Até que a morte os separe rolava solta, no local não pago da festa, as equipes de decoradores distribuíam lindas flores, garçons champanhe, doces e salgados, bufê com magnifico jantar para 200 convivas, e o bolo de três andares; que bolo! – tudo por conta do Abreu...

Esse casamento não foi uma farsa, foi um sonho. A festa que envolve Romeu e Julieta, pode ter um final feliz.

Porém, essa dezena de credores, nunca mais esquecerão da Abolição da Escravatura no Brasil, do cliente no dia da pendura...o punhal na conta da Julieta. 
    
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